Os recentes casos de intoxicação por metanol no Brasil levantaram preocupações sobre a adulteração de bebidas alcoólicas e os riscos à saúde. A ingestão dessa substância é extremamente perigosa porque o organismo a transforma em formaldeído e ácido fórmico, compostos que podem causar cegueira irreversível, lesões no sistema nervoso central, insuficiência renal e até morte.
Tratamento difícil
Os sintomas geralmente aparecem horas após a ingestão, o que atrasa o diagnóstico e compromete o início do tratamento. O procedimento inclui o uso de antídotos endovenosos, correções de acidoses e, em casos graves, hemodiálise para retirar o metanol e seus metabólitos do corpo.
Sequelas
Mesmo após a alta hospitalar, muitas vítimas ficam com sequelas como perda da visão, dificuldades motoras, danos cognitivos e perda da autonomia. O retorno à rotina é limitado e exige acompanhamento médico contínuo, reabilitação e suporte psicológico, muitas vezes inacessíveis.
Prevenção
Para reduzir os riscos, especialistas recomendam:
- evitar bebidas de origem duvidosa, sem rótulo ou registro na Anvisa
- desconfiar de preços muito abaixo do normal
- dar preferência a estabelecimentos confiáveis
- procurar atendimento médico imediato em caso de sintomas como visão turva, náuseas, vômitos, dor de cabeça intensa ou confusão mental após o consumo
O alerta é claro: proteger-se é fundamental, mas também é urgente discutir coletivamente a adulteração de bebidas e garantir políticas públicas de fiscalização e informação.
Por João Vitor Mendes | revisão: Daniela Gentil
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