O Exército de Israel afirmou ter matado, no domingo (10), o jornalista Anas Al-Sharif, da rede Al Jazeera, durante um bombardeio próximo ao Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza. As autoridades israelenses o acusam de liderar uma célula terrorista do Hamas e de participar de ataques com foguetes contra civis e militares.
Segundo a emissora, também morreram no ataque o correspondente Mohammed Qreiqeh e os cinegrafistas Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa, além de outras duas pessoas, totalizando sete vítimas. A Al Jazeera classificou a ação como um “assassinato seletivo” e um ataque premeditado à liberdade de imprensa.
O Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) e especialistas da ONU haviam alertado previamente sobre o risco à vida de Al-Sharif. A ONU condenou o episódio, classificando-o como “grave violação do direito internacional humanitário” e criticando a ausência de provas concretas para sustentar as acusações israelenses.
Após sua morte, uma mensagem programada apareceu na conta de Al-Sharif no X, descrita como seu “testamento final”. No texto, ele dizia que, se as palavras fossem lidas, era porque Israel havia conseguido silenciá-lo, reafirmando sua dedicação em dar voz ao povo palestino e pedindo que Gaza não fosse esquecida.
A guerra, iniciada em 7 de outubro de 2023, após ataques do Hamas que deixaram cerca de 1,2 mil mortos e 251 reféns em Israel, já provocou a morte de mais de 61 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Israel afirma que pelo menos 20 mil eram combatentes. Desde o início da ofensiva, 186 jornalistas foram mortos no território, de acordo com o CPJ.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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