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Jantar com ministros do STF marca gesto de apoio de Lula após sanções a Alexandre de Moraes

Presidente se reúne no Alvorada com nomes centrais do Judiciário em meio à crise diplomática com os Estados Unidos

Em uma demonstração clara de apoio institucional e política ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, na noite desta quinta-feira (31), ministros da mais alta Corte do país para um jantar no Palácio da Alvorada. O encontro aconteceu em um momento delicado, após a formalização de sanções por parte do governo dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes e a imposição de tarifas a produtos brasileiros.

A recepção de Lula aos magistrados ocorre às vésperas da reabertura dos trabalhos do Judiciário e é interpretada dentro do próprio governo como uma tentativa de reforçar a harmonia entre os Poderes diante de pressões externas e internas, especialmente no cenário polarizado da política nacional. A reunião, embora reservada, teve forte valor simbólico e institucional.

Encontro reservado, mas com mensagem clara

O jantar teve início por volta das 19h30 e se estendeu por pouco mais de duas horas. Estiveram presentes os ministros Luís Roberto Barroso, presidente do STF, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e o próprio Alexandre de Moraes, o principal alvo das recentes sanções impostas por Washington.

O gesto de Lula vem sendo lido como uma resposta direta à ofensiva norte-americana. Moraes, que ganhou projeção internacional por sua atuação nos inquéritos que investigam ataques à democracia, foi alvo de duras críticas por parte de setores conservadores nos EUA, especialmente após a formalização de um pacote de sanções que inclui congelamento de bens e restrições financeiras.

Além dos integrantes do Supremo, participaram também do encontro o procurador-geral da República, Paulo Gonet; o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; e o advogado-geral da União, Jorge Messias. Nenhuma das autoridades se pronunciou oficialmente ao final da reunião, o que reforça o caráter reservado do encontro, embora sua realização tenha sido divulgada por fontes do governo como parte de uma estratégia institucional de apoio.

Segundo encontro em dois dias

Na véspera, na noite de quarta-feira (30), Lula já havia promovido uma reunião mais restrita com três ministros do Supremo: Barroso, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin, também no Palácio do Planalto, com a presença de Ricardo Lewandowski.

A proximidade das agendas e o alinhamento entre Executivo, Supremo e setores do Ministério Público indicam um movimento articulado de defesa da soberania nacional e da independência do Judiciário brasileiro frente ao que é visto por Brasília como uma ingerência inaceitável dos EUA.

Fontes do Planalto admitem que há grande preocupação com os efeitos políticos e diplomáticos das decisões anunciadas por Washington. O governo estuda medidas de reciprocidade e uma nota oficial de repúdio já foi publicada no início da semana, assinada por Lula, classificando as sanções como “inadmissíveis”.

Retomada dos trabalhos no Judiciário

O encontro desta quinta-feira também antecede a retomada oficial das atividades do Judiciário, marcada para esta sexta-feira (1º). A expectativa é que o Supremo aproveite a sessão para reafirmar publicamente sua independência institucional. Ministros têm reforçado, em bastidores, que o Brasil é uma democracia plena e que nenhuma pressão externa será capaz de alterar a condução de julgamentos ou a autonomia das decisões judiciais.

Essa sinalização também serve para rebater qualquer expectativa por parte da oposição de que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro possa ser adiado ou comprometido por pressões políticas. O julgamento, que está no radar do STF para as próximas semanas, trata de possíveis crimes cometidos por Bolsonaro no exercício do mandato e em sua conduta após as eleições de 2022.

Aliados do ex-presidente vinham apostando em um possível desgaste na relação entre o Supremo e o Executivo para tentar postergar ou até mesmo esvaziar o julgamento. O jantar promovido por Lula, no entanto, é entendido como um recado claro de que não haverá espaço para interferências.

Reação coordenada

O Planalto, em articulação com o Itamaraty, já acionou canais diplomáticos para cobrar explicações da Casa Branca sobre as sanções a Moraes. O Itamaraty classificou a medida como “uma afronta ao princípio da não intervenção” e está avaliando, em conjunto com o Ministério da Justiça e a AGU, as possíveis respostas jurídicas e diplomáticas.

Entre as alternativas estão o envio de uma nota de protesto formal, a convocação do embaixador dos EUA em Brasília para prestar esclarecimentos e até a reavaliação de acordos bilaterais que envolvam cooperação jurídica ou financeira.

Internamente, o governo busca também apoio no Congresso para aprovar uma moção de repúdio às ações unilaterais dos EUA. Parlamentares da base aliada, incluindo líderes do PT e do PSB, já se manifestaram nas redes sociais em defesa de Moraes e da soberania nacional.

Lula reforça papel de líder moderador

Com o gesto desta quinta, Lula retoma uma prática que marcou seus dois primeiros mandatos: a de atuar como um mediador político em momentos de crise institucional. Ao abrir as portas do Alvorada para membros do Judiciário e do Ministério Público, o presidente reforça a ideia de que, apesar das divergências pontuais, há um compromisso comum com a estabilidade democrática.

Aliados próximos de Lula dizem que o presidente vê com extrema gravidade as movimentações externas que tentam interferir em decisões internas do país. A inclusão de um ministro da Suprema Corte brasileira em listas de sanções norte-americanas é considerada inédita e perigosa, e o presidente avalia que a resposta precisa ser firme, porém diplomática.

Silêncio estratégico

Apesar do simbolismo do encontro, a ausência de declarações oficiais por parte dos participantes indica que o governo optou por uma estratégia de bastidores neste momento. O Planalto acredita que o impacto da reunião deve ser maior se for conduzido com discrição, ao contrário das práticas mais ruidosas de outros momentos da política recente.

A avaliação interna é de que a imagem do jantar, por si só, já transmite a mensagem desejada: unidade entre os Poderes, apoio ao Supremo e recado direto à comunidade internacional de que o Brasil não aceitará interferências externas.

Por Alemax Melo I Revisão: Daniela Gentil

VEJA TAMBÉM: Tarifaço dos EUA pode baratear alimentos no Brasil

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Marcia Dantas

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