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Pessoas qualificadas fora do mercado de trabalho há anos: o que justifica?

Mais de 1,2 milhão de brasileiros estão sem emprego há pelo menos dois anos; Especialistas apontam seletividade, falta de experiência prática e defasagem tecnológica

Mesmo com diploma universitário, especializações e domínio de outros idiomas, milhares de brasileiros seguem sem conseguir voltar ao mercado de trabalho. Dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do segundo trimestre de 2025 mostram que 1,2 milhão de pessoas estão desempregadas há dois anos ou mais.

O paradoxo chama atenção porque surge em meio ao melhor momento do mercado de trabalho desde 2012. A taxa de desocupação atingiu 5,6% no trimestre encerrado em julho, o menor índice da série histórica do IBGE. Ou seja: o mercado gera vagas, mas parte da população continua à margem.

Fatores que dificultam a recolocação

De acordo com o economista Bruno Imaizumi, o desemprego de longo prazo não está necessariamente ligado à falta de estudo. Pelo contrário: muitas vezes, quem mais sente dificuldade são profissionais com ensino médio completo ou até com nível superior.

“Há uma combinação de fatores. Quanto mais qualificado, mais seletivo tende a ser o trabalhador. Além disso, existe um descompasso entre o que o profissional oferece e o que a empresa procura”, explica.

A especialista em carreiras Taís Targa acrescenta que o mercado está mais exigente, cobrando múltiplas competências, fluência em idiomas, atualização em ferramentas digitais e flexibilidade contratual. Para ela, ainda há outro obstáculo: o preconceito contra quem está há muito tempo fora do mercado.

“O recrutador pode pensar: ‘por que essa pessoa está há dois anos sem emprego? Será que tem algum problema?’ Essa leitura muitas vezes injusta pesa contra candidatos experientes”, observa.

Defasagem tecnológica: da planilha ao design digital

A transformação digital acelerou as exigências do mercado. Hoje, não basta ter experiência ou diploma: empresas cobram fluência em ferramentas tecnológicas que vão muito além do básico. Entre elas estão:

  • Pacotes de escritório e dados: Excel (com fórmulas, tabelas dinâmicas), Google Workspace, Power BI e sistemas de análise.
  • Design e edição: Canva, Adobe Photoshop, Illustrator e Premiere, usados na criação de peças visuais e edição de vídeos.
  • Gestão de mídias sociais: plataformas como Meta Business Suite, mLabs e Hootsuite, que permitem agendar postagens, acompanhar métricas e gerir campanhas.
  • Automação e CRM: RD Station, HubSpot e Salesforce, voltadas para marketing digital e relacionamento com clientes.

Profissionais que ficaram anos fora do mercado muitas vezes não acompanharam essa evolução e sentem dificuldade em competir com candidatos que dominam essas ferramentas — muitas delas já consideradas básicas no dia a dia das empresas.

Impactos do desemprego prolongado

Além de comprometer a renda, o desemprego prolongado afeta a autoestima, saúde mental e até as relações pessoais. Segundo Targa, ele reforça estigmas e alimenta a ideia equivocada de que “só não trabalha quem não quer”.

“O risco é que essas pessoas desistam de procurar e caiam no desalento. A falta de oportunidades, somada à pressão social, pode levar a um ciclo de frustração difícil de romper”, diz Imaizumi.

Possíveis caminhos

Para evitar a estagnação, especialistas sugerem algumas estratégias:

  • Networking: participar de eventos, cursos e grupos profissionais aumenta a visibilidade.
  • Atualização tecnológica: investir em capacitações práticas, especialmente em ferramentas digitais, amplia as chances.
  • Projetos paralelos: freelas, consultorias ou iniciativas próprias ajudam a manter habilidades ativas e devem constar no currículo.
  • Reposicionamento: aceitar temporariamente uma vaga fora da área ou em condições diferentes pode ser estratégico, desde que planejado.

Por Daniela Gentil | Revisão: Redação

VEJA TAMBÉM: Profissão de trancista é reconhecida, valorizando cultura e protagonismo negro

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Marcia Dantas

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