Neste sábado (4), a Secretaria de Saúde do Estado confirmou a segunda morte por intoxicação por metanol no estado. A vítima é um homem de 46 anos, residente da capital paulista, que estava internado após ingerir bebida alcoólica suspeita de contaminação. Com essa confirmação, o número de óbitos oficialmente atribuídos à contaminação por metanol em São Paulo sobe para dois. A primeira morte já havia sido confirmada anteriormente em 16 de setembro de 2025, envolvendo um empresário de 54 anos, residente da Mooca, zona leste da capital, que faleceu após ingestão de bebida alcoólica adulterada.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, São Paulo registra atualmente 162 casos, entre confirmados e investigados, de intoxicação por metanol. Além disso, há sete mortes suspeitas em investigação, localizadas em São Paulo, São Bernardo do Campo e Cajuru.
Investigação e cenário nacional
O surto nacional de intoxicações por metanol, ligado ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, tem registrado um avanço nos últimos dias. Em boletim atualizado neste sábado, o Brasil contabiliza 195 notificações de casos suspeitos, sendo 14 confirmados e 181 em investigação. Do total de registros, 162 estão concentrados em São Paulo, com 148 ainda sob investigação no estado.
Quanto aos óbitos, há 13 mortes sob análise em todo o país: duas já confirmadas em São Paulo e 12 em investigação em diferentes estados (7 em SP, 3 em Pernambuco, 1 na Bahia e 1 no Mato Grosso do Sul).
Em São Paulo, além da confirmação da segunda morte, a investigação policial já resultou em 41 prisões em operações contra adulteração de bebidas. Foram cumpridos mandados em cidades como Diadema, Santo André, Jacareí, Jundiaí e na capital. Também foram interditados 11 estabelecimentos comerciais
Reações e medidas de controle
Diante da gravidade do surto, o Ministério da Saúde adquiriu 4.300 ampolas de etanol farmacêutico, antídoto usado no tratamento da intoxicação, para distribuição nacional. Além disso, fechou acordo internacional para importar 2.500 doses de fomepizol, outro medicamento antidótico eficaz, ainda não registrado no Brasil.
A Anvisa e outras agências reguladoras foram notificadas para agilizar os trâmites de liberação dos insumos, e as autoridades sanitárias intensificam campanhas de alerta à população, recomendando evitar o consumo de bebidas sem lacre, selo fiscal ou rótulo confiável.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a gravidade da situação em pronunciamento oficial:
“Já se tinha um protocolo do etanol farmacêutico como antídoto reconhecido do metanol e agora traremos o fomepizol como complemento. É fundamental que a população evite consumir bebidas de procedência duvidosa.”
Além disso, as autoridades sanitárias emitiram recomendações para a população:
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas sem lacre, selo fiscal ou rótulo confiável.
- Não reutilizar garrafas de bebidas alcoólicas compradas em estabelecimentos não credenciados.
- Procurar imediatamente um serviço de saúde em caso de sintomas como náusea, vômitos, dor de cabeça intensa, dificuldade de visão ou desorientação.
- Notificar casos suspeitos às autoridades sanitárias locais para auxiliar no controle e investigação do surto.
Por: Lais Pereira da Silva | Revisão: Daniela Gentil
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