A Ucrânia indiciou nesta segunda-feira (4) seis pessoas, entre elas um parlamentar, um ex-governador e integrantes das Forças Armadas por envolvimento em um esquema de corrupção relacionado à compra de drones e equipamentos de interferência de sinal para uso militar. A informação foi confirmada por autoridades anticorrupção do país, que investigam desvios sistemáticos de recursos públicos destinados à defesa nacional.
Segundo o Escritório Nacional Anticorrupção da Ucrânia, o grupo criminoso operava desde 2024 e é acusado de superfaturar contratos com recursos alocados por autoridades locais, com propinas que chegavam a 30% do valor total. Em um dos contratos, por exemplo, o valor original de US$ 240 mil (cerca de R$ 1,3 milhão) foi inflacionado em aproximadamente US$ 80 mil (R$ 440 mil).
Os equipamentos adquiridos eram de fabricação ucraniana e considerados fundamentais para o esforço de guerra contra a invasão russa. Além de lidar com o conflito, o país tenta consolidar medidas internas de combate à corrupção, consideradas decisivas para sua candidatura de adesão à União Europeia.
Entre os indiciados estão: um parlamentar (que recebeu ordem de prisão preventiva por dois meses, com fiança estipulada em US$ 190 mil, o equivalente a R$ 1 milhão), um ex-governador regional, o chefe da administração militar de uma cidade, um comandante da Guarda Nacional e dois empresários, um deles, diretor e proprietário de uma fabricante de drones.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se manifestou no sábado (2), elogiando a atuação das agências anticorrupção após uma reunião com os chefes dos órgãos responsáveis. A declaração veio em meio a críticas anteriores da população, após Zelensky revogar temporariamente a independência de duas dessas instituições.
As autoridades não divulgaram a identidade dos envolvidos. A investigação segue em andamento.
Por: João Vitor Mendes | Revisão: Laís Queiroz
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