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Caso Beatriz Munhoz: suspeito diz que disparo ocorreu “no susto” após ser atingido por spray de pimenta

Investigadores agora buscam o mentor intelectual do crime, que simulou a compra do drone e conversou com o pai da vítima

A Polícia Civil de São Paulo avança nas investigações sobre a morte de Beatriz Munhoz, jovem de 20 anos assassinada durante uma tentativa de assalto na capital paulista, em 1º de novembro. Nesta terça-feira (18), um homem de 21 anos, apontado como o autor do disparo que atingiu a testa da vítima, foi preso na Bahia e confessou o crime. Segundo o delegado Guilherme Leonel, responsável pelo caso, o suspeito afirmou que atirou “no susto” depois de ser atingido por spray de pimenta lançado pela jovem.

O acusado, encontrado dormindo pelos policiais no momento da prisão, teria relatado que não tinha intenção inicial de efetuar o disparo, mas acabou “reagindo” ao aerossol no rosto. Ao confessar o crime, ele tentou atribuir parte da responsabilidade à vítima, alegando que o uso do spray o fez acionar a arma. A polícia, porém, considera o ato intencional e enquadra o caso como latrocínio, já que a abordagem aconteceu durante um assalto.

O homem preso na Bahia será transferido para São Paulo, onde permanecerá à disposição da Justiça. Com o avanço das investigações, a polícia já identificou os três envolvidos no crime: o autor do disparo, o comparsa de moto e o mentor intelectual da ação, este último ainda foragido.

Um crime planejado e executado com armadilha digital

A investigação aponta que o crime foi planejado com antecedência. O mentor, ainda procurado, teria entrado em contato com o pai de Beatriz, Lucas Munhoz, simulando ser o comprador de um drone avaliado em R$ 27 mil. A negociação teria sido feita pela internet, o que levou a família a acreditar que se tratava de uma venda legítima.

O trio  Beatriz, o pai e o namorado, Leonardo Jesus deixou Sorocaba e viajou até a capital paulista para entregar o equipamento. O ponto de encontro foi indicado pelo suposto comprador, que na verdade fazia parte do esquema. Ao chegarem, Lucas e Leonardo desceram do veículo enquanto Beatriz permaneceu no carro aguardando o desfecho da negociação.

Tudo estava armado para que os criminosos rendessem as vítimas rapidamente e levassem o drone e os pertences pessoais. Câmeras de segurança da região registraram toda a sequência, o que ajudou a polícia a reconstituir a dinâmica do crime.

Abordagem violenta e reação desesperada

As imagens mostram que dois homens, que se passavam por entregadores, se aproximaram de Lucas e Leonardo. Após alguns segundos, anunciaram o assalto. O namorado de Beatriz chegou a jogar o celular para debaixo do carro na tentativa de impedir que o aparelho fosse roubado, mas o telefone do pai foi levado pelos criminosos.

Enquanto isso, Beatriz, percebendo a situação de risco e temendo por seus familiares, desceu do carro com um spray de pimenta na mão. Ela se aproximou e lançou o spray diretamente no rosto do atirador. O criminoso, então, reagiu imediatamente, disparando um único tiro, que atingiu a testa da jovem. Beatriz caiu no chão e morreu na hora.

Lucas e Leonardo ficaram em estado de choque ao presenciarem a execução. A ação durou poucos segundos, mas foi suficiente para ceifar a vida da jovem e fugir com os pertences roubados.

O segundo criminoso, um jovem de 18 anos que pilotava a moto usada na fuga, foi preso no dia seguinte ao crime. Ele já tinha várias passagens pela polícia e permanece detido.

Caçada ao mentor intelectual

Com dois dos três envolvidos já presos, a polícia concentra esforços para capturar o terceiro suspeito, considerado o mentor intelectual. Ele foi o responsável por simular a negociação e atrair a família ao local do crime. Segundo os investigadores, ele chegou a trocar mensagens diretamente com o pai de Beatriz, passando-se por um comprador real e combinando detalhes da suposta entrega.

A identidade do investigado já foi confirmada pela Polícia Civil. As autoridades afirmam que sua prisão é apenas “questão de tempo”, considerando que ele já foi mapeado e monitorado, e deve ser capturado assim que houver condições operacionais para o cumprimento do mandado.

O delegado Guilherme Leonel afirmou que a participação do mentor foi essencial para o crime e que ele responderá igualmente por latrocínio. “Ele criou a emboscada desde o início. Armou toda a situação e conduziu o pai da vítima até o local onde os comparsas aguardavam”, afirmou.

Repercussão e dor da família

A morte de Beatriz gerou forte comoção em Sorocaba e na região metropolitana de São Paulo. A jovem, descrita por amigos e familiares como tranquila e dedicada, estudava e ajudava o pai nos negócios. Seu velório e enterro foram realizados em 3 de novembro, reunindo centenas de pessoas que prestaram solidariedade à família Munhoz.

O caso também reacendeu debates sobre a violência urbana, golpes de vendas on-line e assaltos cometidos por falsos entregadores, um tipo de crime que vem crescendo nos grandes centros do país. Especialistas alertam que a combinação de aplicativos de venda e redes sociais com práticas criminosas têm criado cenários cada vez mais perigosos para vendedores e compradores.

Linha do tempo do caso

1º de novembro  Família viaja de Sorocaba para São Paulo para entregar um drone vendido on-line.

Criminosos chegam ao local em moto, rendem o pai e o namorado de Beatriz.

Beatriz desce do carro e usa spray de pimenta.

Criminoso atira na testa da jovem, que morre no local.

2 de novembro  Motorista da moto, de 18 anos, é preso.

18 de novembro  Atirador, de 21 anos, é preso na Bahia e confessa o crime.

19 de novembro em diante  Polícia segue na busca pelo mentor intelectual.

Investigação continua até prisão do último envolvido

Com a confissão do atirador e o depoimento do motociclista já detido, a Polícia Civil acredita estar próxima de concluir o caso. As provas recolhidas  como imagens de câmeras de segurança, celulares apreendidos e relatos de familiares  ajudam a esclarecer a ação e reforçam a tese de crime planejado.

Mesmo após a captura dos dois executores, a polícia só considera o caso encerrado quando o mentor intelectual for encontrado. “Não vamos descansar até que o último envolvido esteja preso”, afirmou o delegado responsável.

O caso segue sob investigação.

Por Alemax Melo I Revisão: Daniela Gentil

VEJA TAMBÉM: Gari morto em BH: Justiça retira sigilo da prisão de empresário suspeito de executar o crime

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Marcia Dantas

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