Os argentinos vão às urnas neste domingo (26) para votar nas eleições legislativas que irão renovar 127 vagas da Câmara dos Deputados e 24 do Senado. Os centros eleitorais estão abertos desde às 8h à espera de 35 milhões de eleitores. A votação se encerrará às 18h (horário local), em todas as províncias.
O novo processo eleitoral determinará a composição do Congresso para os dois últimos anos de mandato do presidente Javier Milei. O pleito é acompanhado de perto como indicador de força do presidente argentino, após meses de escândalos de corrupção, reformas radicais na economia e resgate dos Estados Unidos para ajudar a controlar reações no mercado cambial.
Estreia da cédula única de papel
As eleições também marcam a estreia da cédula única de papel, substituindo o antigo esquema de votação no qual a população levava para a urna os papéis do partido e candidato em que desejavam votar. Segundo o La Nación, o método traz “alguns temores” para a Justiça Eleitoral, grupos políticos e organizações governamentais especializadas em transparência eleitoral.
O índice de desaprovação de Milei está agora no nível mais alto de sua presidência. Uma derrota esmagadora para o partido La Libertad Avanza (LLA), de Milei, em uma eleição local em setembro, aumentou as apostas contra seu governo.
As disputas mais importantes devem acontecer em Buenos Aires, onde há um grande número de cadeiras em disputa para a reeleição. Especialistas políticos ouvidos pela Reuters disseram que, se o partido de Milei conquistar mais de 35% dos votos. Isso seria visto como um sinal positivo de apoio crescente, usando como termômetro os 30% que Milei obteve no primeiro turno das eleições presidenciais de 2023.
Se ele se aproximar dos 40%, isso seria visto como “uma eleição muito boa”, disse Marcelo Garcia, diretor da consultoria Horizon Engage, especializada em Américas em risco. O partido relativamente novo de Milei, La Libertad Avanza, tem apenas 37 deputados e seis senadores.
Cenário eleitoral e forças em disputa
As últimas pesquisas de opinião mostram um cenário de grande polarização entre o partido de Milei, A Liberdade Avança, e a frente peronista Força Pátria, e não há consenso a respeito de qual das duas será a mais votada.
Em terceiro lugar nas pesquisas aparece à frente “Províncias Unidas”, liderada por um grupo de governadores de diversos partidos, e em quarto, a “Frente de Esquerda”.
Esse pleito representa o primeiro teste eleitoral em nível nacional que Milei enfrenta desde sua chegada à presidência, no final de 2023, quando iniciou um drástico plano de ajuste fiscal e várias reformas orientadas à desregulação econômica.
O partido governista, minoritário em ambas as câmaras do Congresso, busca aumentar seu peso parlamentar para poder aprovar reformas em matéria trabalhista e tributária.
Por Arthur Moreira | Revisão: Daniela Gentil
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