Derrota amarga para a Seleção. Na noite desta terça-feira (9), o Brasil não resistiu aos 4.100 metros de altitude de El Alto e foi derrotado pela Bolívia por 1 a 0, na última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. O gol da vitória boliviana saiu ainda no primeiro tempo, em cobrança de pênalti de Miguelito, jovem do América-MG, revelado nas categorias de base do Santos.
Classificação histórica dos bolivianos
Com o resultado, a Bolívia chegou a 20 pontos, conquistou a sétima colocação e desbancou a Venezuela, derrotada pela Colômbia por 6 a 3. Assim, os bolivianos garantiram vaga na repescagem e mantêm vivo o sonho de disputar novamente o Mundial de Seleções. A classificação foi bastante comemorada pelos jogadores e pela torcida, que transformaram o estádio em palco de emoção e celebração.
A Seleção Brasileira, já garantida na Copa, terminou a fase de grupos em quinto lugar, com 28 pontos em 54 disputados. Foram oito vitórias, quatro empates e seis derrotas, desempenho que marca a pior campanha da equipe na história das Eliminatórias. Agora, o time comandado por Carlo Ancelotti volta a campo em outubro, em amistosos na Ásia contra Coreia do Sul, no dia 10, e Japão, no dia 14, como parte da preparação para o Mundial de 2026.
Como foi o jogo
- Primeiro tempo
O primeiro tempo foi amplamente dominado pela Bolívia. Aproveitando a altitude de 4.100 metros de El Alto e a energia da torcida, o time da casa impôs um ritmo intenso desde o apito inicial, buscando o ataque constantemente e abusando de chutes de fora da área. O jovem Miguelito foi o protagonista da etapa, participando das principais jogadas ofensivas. Ao todo, a Bolívia finalizou 13 vezes, contra apenas três do Brasil, sendo apenas uma delas com real perigo ao gol boliviano.
A pressão surtiu efeito aos 45 minutos, quando, após análise do VAR, o árbitro marcou pênalti de Bruno Guimarães sobre o lateral Roberto. Miguelito não hesitou, cobrou com força e abriu o placar, levando a torcida ao delírio. A Seleção, visivelmente afetada pelos efeitos da altitude, encontrou muitas dificuldades para manter a posse de bola e criar chances claras, mostrando um futebol lento e pouco eficiente na etapa inicial.
- Segundo tempo
Na volta do intervalo, os dois times retornaram sem alterações, e o cenário do jogo não mudou. O Brasil continuava com dificuldades para segurar a bola e atacar com consistência, enquanto a Bolívia passou a adotar uma postura mais conservadora, explorando os contra-ataques.
Aos 15 minutos, Carlo Ancelotti promoveu quatro mudanças simultâneas: João Pedro, Estêvão, Raphinha e Marquinhos entraram em campo na tentativa de reverter o resultado. A Seleção passou a ocupar mais o campo ofensivo, criando mais pressão, mas sem conseguir converter em finalizações efetivas ou oportunidades reais de gol.
Apesar do domínio territorial do Brasil, a Bolívia ainda teve duas boas chances de ampliar: Miguelito, novamente, e Algarañaz quase marcaram, mas a defesa brasileira e o goleiro Alisson evitaram o pior. No fim, o apito final trouxe a festa boliviana: os jogadores caíram ao chão, emocionados com a vaga na repescagem, e celebraram intensamente com o público presente, encerrando a partida em clima de conquista histórica.
Por: Inês Becegato | Revisão: Daniela Gentil
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