A defesa de Jair Bolsonaro pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para a realização de uma cirurgia ambulatorial no próximo domingo (14). O procedimento prevê a retirada de um nevo melanocítico no tronco, uma pinta com suspeita de neoplasia de “comportamento incerto”. A expectativa é de alta no mesmo dia.
O pedido ocorre enquanto Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, sob uso de tornozeleira eletrônica e restrições severas, como a proibição de acesso a redes sociais. Qualquer saída de casa, inclusive por motivos médicos, depende de autorização judicial.
A solicitação, considerada simples do ponto de vista clínico, acontece na semana mais decisiva do julgamento no STF. Bolsonaro e outros sete réus do chamado “núcleo 1” respondem por crimes como Tentativa de Golpe de Estado, Organização Criminosa Armada, Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito e Deterioração de Patrimônio Público.
O processo, baseado em delações e provas reunidas pela Operação Contragolpe, está em análise na Primeira Turma do Supremo, formada por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin. A previsão é de que os votos sejam concluídos até sexta-feira (12).
Se condenado, Bolsonaro pode enfrentar penas que, somadas, chegam a 43 anos de prisão. Ainda cabem recursos, mas especialistas avaliam que dificilmente o mérito da decisão seria revertido.
Além da acusação de tentativa de golpe, o ex-presidente é alvo de outras investigações, como o caso das joias da Arábia Saudita e suspeitas reveladas na Operação Contragolpe.
Por: David Gonçalves | Revisão: Laís Queiroz
LEIA TAMBÉM: Desfile em Brasília tem Lula e Janja em carro aberto sob gritos de “Sem Anistia”