O governo federal lançou nesta segunda-feira, dia 24, a operação nacional do Gás do Povo em Belo Horizonte. A cerimônia contou com a presença do ministro Alexandre Silveira e marcou o início de um dos programas sociais mais amplos voltados ao acesso à energia doméstica.
Nessa primeira fase, mais de 52 mil famílias de Minas Gerais já estão incluídas no programa. Elas fazem parte do grupo de cerca de 1 milhão de famílias contempladas em todo o país. O Gás do Povo oferece recarga gratuita do botijão de 13 kg para famílias inscritas no CadÚnico com renda de até meio salário mínimo, substituindo o Auxílio Gás e ampliando de maneira direta o alcance da política social.
O lançamento ocorre em um cenário preocupante. Dados do IBGE e do Balanço Energético Nacional de 2024 e 2025 mostram que entre 12 e 14 milhões de famílias brasileiras ainda utilizam lenha ou carvão como principal fonte de energia para cozinhar. É um retrato claro do impacto do preço do GLP na rotina de famílias vulneráveis: quando o botijão pesa no orçamento, a lenha vira a única alternativa – muitas vezes gratuita.
E essa realidade não está restrita à zona rural. Em várias áreas urbanas, incluindo favelas e periferias, cozinhas improvisadas ainda dependem de fogões a lenha. A queima de biomassa em espaços fechados expõe famílias a níveis de poluentes até 20 vezes acima do recomendado pela OMS, configurando um sério risco respiratório.
Esse quadro revela uma situação de pobreza energética que afeta milhões de lares no país: brasileiros que não têm acesso constante e seguro a uma fonte de energia limpa para preparar alimentos.
A expectativa do governo é que o Gás do Povo esteja ativo em todo o território nacional em março de 2026. Quando isso acontecer, o programa deve alcançar 15,5 milhões de famílias, com impacto direto na redução da dependência de lenha e carvão entre os lares mais vulneráveis.
Por David Gonçalves | Revisão: Daniela Gentil
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