Uma tempestade repentina e extremamente violenta atingiu a França na madrugada de quarta-feira (25), deixando dois mortos, 17 feridos e ao menos 100 mil residências sem energia elétrica. O fenômeno – que se formou após dias de calor extremo – causou estragos em diversas regiões do país e paralisou parte da capital, Paris.
Entre as vítimas está um menino de 12 anos, atingido por uma árvore durante uma excursão escolar em Montauban, no sul do país. Já no oeste francês, um homem de 59 anos morreu após colidir com uma árvore enquanto pilotava um quadriciclo. Outras 17 pessoas ficaram feridas – uma delas em estado grave.
As autoridades francesas informaram que os ventos chegaram a 130 km/h, acompanhados de chuvas torrenciais, granizo e um número impressionante de mais de 30 mil raios. Em Paris, os efeitos foram imediatos: ruas alagadas, linhas de metrô paradas, árvores caídas e até o Parlamento precisou interromper sessões após vazamentos no teto da Assembleia Nacional.
A queda brusca de temperatura também chamou atenção – os termômetros registraram um recuo de 11 graus em poucos minutos, com a chegada do fenômeno. Mais de 2.500 chamados de emergência foram registrados em menos de 24 horas, segundo o corpo de bombeiros.
O fornecimento de energia elétrica foi interrompido em mais de 100 mil residências – principalmente nas regiões de Centre-Val de Loire, Normandia e Ile-de-France. O tráfego aéreo também foi impactado – voos precisaram ser redirecionados nos aeroportos de Orly e Charles-de-Gaulle.
No campo, agricultores relataram danos severos nas plantações – sobretudo nas regiões de Champagne, Picardia e Landes – onde o granizo destruiu videiras, hortas e lavouras inteiras. Já há pedidos formais de compensação financeira junto ao governo francês.
O serviço meteorológico francês havia emitido alerta laranja para 44 departamentos antes da tempestade. O alerta foi rebaixado nesta sexta-feira (27) – e não há previsão de novas chuvas para hoje em Paris – o que facilita os trabalhos de reparo e recuperação nas áreas afetadas.
Especialistas alertam que o aquecimento global tem intensificado fenômenos climáticos extremos como esse. Segundo o meteorologista Aurélien Ribes, da agência nacional de meteorologia da França, episódios de chuva intensa estão se tornando mais frequentes. “As mudanças climáticas estão gerando eventos mais severos e mais difíceis de prever”, disse ele.

Por David Gonçalves – correspondente MD News na Europa | Revisão: Daniela Gentil
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