A Inteligência Artificial (IA) se tornou uma tendência global com o lançamento de modelos de linguagem generativa: ChatGPT, Gemini, entre outros. Agora, as empresas como Microsoft e Google sentem a necessidade de criar estratégias que vão desde o atendimento ao cliente até análise de dados, utilizando os agentes de IA.
Diferentemente dos sistemas que apenas criam textos, vídeos ou imagens, os agentes assumem tarefas repetitivas e operacionais de forma independente ou como parte de um ecossistema. Por exemplo, enquanto o ChatGPT responde com base em interações humanas diretas via prompts, o agente opera sozinho para planejar e executar ações específicas sem depender de comandos diretos.
Para isso, eles analisam cenários diferentes e buscam os melhores resultados utilizando aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural e redes neurais. Na prática, o agente avalia o mercado em tempo real, tomando decisões sobre compra e venda, e executando ordens sem intervenção humana.
Convivência entre IA e humanos
Esses agentes não substituem os profissionais, ao contrário, ampliam suas capacidades ao dar suporte em diferentes tarefas. Assim, as organizações colhem benefícios significativos ao resolver problemas complexos sem intervenção humana, permitindo que líderes se concentrem em atividades que exigem inteligência emocional e criativa.
Quanto aos funcionários, ganham mais tempo para focar em outras atividades estratégicas, enquanto a IA se encarrega de tarefas repetitivas e da análise de grandes volumes de dados.
Empresas apostam nos agentes autônomos
A startup chinesa Butterfly Effect lançou o Manus AI. Segundo o site da própria empresa:
“Manus é um agente de IA generalista que conecta ideias e ações: ele não apenas pensa, mas também entrega resultados. Manus se destaca em diversas tarefas no trabalho e na vida, fazendo tudo enquanto você descansa.”
Essa tecnologia faz pesquisas, redige textos, cria planilhas e desenvolve linhas de código, agindo como um verdadeiro cérebro humano. Para o cofundador e cientista-chefe da empresa, Yicha Peak Ji, a ferramenta é o próximo passo rumo ao desenvolvimento da Inteligência Artificial Geral (AGI).
Os programas sofisticados conseguem aprender e executar qualquer tarefa intelectual que o ser humano realiza. Em contraste com uma IA específica, como a que dirige um veículo automático, a AGI seria capaz de dirigir, escrever livros, cozinhar novas receitas, entre outras atividades. Isso tudo porque se adapta sem necessidade de ser reprogramada do zero.
Aplicações práticas
Com a Manus AI, as empresas podem:
- Analisar automaticamente dezenas de currículos, classificando candidatos conforme critérios predefinidos;
- Avaliar o desempenho de colaboradores, oferecendo insights para o desenvolvimento profissional;
- Realizar previsões precisas, auxiliando no planejamento orçamentário e na tomada de decisões financeiras;
- Analisar o mercado financeiro e recomendar investimentos com base em dados históricos e tendências atuais;
- Prever falhas em máquinas e equipamentos, permitindo manutenção preventiva e reduzindo custos operacionais;
- Estimar a demanda de produtos e gerenciar estoques eficientemente;
- Desenvolver aplicativos ou sites completos, como jogos educativos ou ferramentas empresariais;
- Produzir relatórios detalhados, como análises de ações ou dashboards de desempenho, com gráficos e insights estratégicos.
Essas são algumas das tarefas que essa tecnologia consegue executar. A capacidade de operar de forma autônoma, desde os Recursos Humanos até finanças e manufatura, começa a transformar o cotidiano corporativo. Sem dúvida, trata-se de um novo passo para uma revolução tecnológica ainda maior.
Novas soluções, velhos desafios
Apesar da inovação, alguns usuários relataram problemas como erros na execução de tarefas, lentidão no processamento e preocupações quanto à privacidade de dados, sobretudo sobre a localização dos servidores e possíveis acessos do governo chinês às informações da população. A falta de transparência também se tornou um problema, já que a Manus não divulgou documentos técnicos sobre a criação do modelo.
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Por: Pietra Gomes | Revisão: Thaisi Carvalho
