Um ciclone extratropical impactou a Grande São Paulo e cidades do interior do estado na segunda-feira (28), trazendo ventos com intensidade superior a 100 km/h e causando uma série de prejuízos significativos. O fenômeno resultou em dezenas de quedas de árvores, danos estruturais, imóveis destelhados, interrupção no fornecimento de energia elétrica para milhares de residências e cancelamento de voos, gerando um cenário desafiador para a população e as equipes de emergência.
Prejuízos generalizados e desafios no restabelecimento
Os impactos do ciclone foram sentidos por todo o estado. Na capital paulista, a queda de árvores e galhos sobre a rede elétrica deixou 95.091 imóveis sem energia até as 16h. Os bairros mais atingidos pela interrupção no fornecimento foram Cidade Dutra, Guaianazes, Grajaú, Jardim São Luís e Jabaquara.
A Enel, concessionária de energia, havia reforçado suas equipes e se preparado para atender às possíveis ocorrências, como quedas de árvores ou galhos sobre a rede elétrica, orientando os consumidores a priorizar os canais de atendimento digitais.
Além da interrupção de energia, o Aeroporto de Guarulhos (GRU Airport) enfrentou dificuldades temporárias em seus serviços. Nove voos foram desviados para os aeroportos do Galeão (Rio de Janeiro), Campinas e Curitiba, e cinco voos que partiriam do GRU Airport foram cancelados, impactando diretamente os planos de viagem de centenas de pessoas.
As quedas de árvores, que totalizaram 86 registros, não se restringiram à capital. Em Ubatuba, litoral de São Paulo, uma árvore caiu na Rua Guarani, região central. Já em Mongaguá, na Avenida Marina com a Avenida Embaixador Pedro de Toledo, barracas foram atingidas e sofreram danos estruturais devido à queda de uma árvore, demonstrando a força do ciclone.
Ventos fortes atingem diversas regiões do estado
Os registros mais intensos foram em Itapeva (104 km/h), seguida por Iguape (93 km/h) e Cerqueira César (92,9 km/h).
O Litoral Norte também registrou ventos fortes, atingindo 85 km/h. Na capital, embora em menor intensidade, rajadas significativas foram sentidas no Aeroporto de Guarulhos, 64,8 km/h; no Mirante (Zona Norte), 60,12 km/h; e em Interlagos (Zona Sul), 55,44 km/h.
Outras cidades com rajadas intensas incluíram São Miguel Arcanjo (80,6 km/h), Santos (75,6 km/h), Bragança Paulista (70,6 km/h), Ourinhos (67,3 km/h), Rancharia (59,76 km/h), Bauru (52,5 km/h), Taubaté (48,6 km/h), Piracicaba (47,8 km/h) e Avaré (45,72 km/h).
Respostas das autoridades e recomendações de segurança
Diante da extensão dos estragos, a Defesa Civil do Estado de São Paulo agiu, encaminhando equipes para prestar apoio aos municípios do litoral norte. Os agentes auxiliarão no restabelecimento de serviços essenciais, como o fornecimento de energia elétrica, e darão suporte aos moradores que precisarem de telhas para suas residências destelhadas.
A Enel, por sua vez, reforçou a importância de cuidados essenciais para a segurança da população em dias de ventania. A empresa orienta manter distância de postes e árvores, não tentar consertar a rede elétrica por conta própria e ficar em locais seguros até que a situação seja normalizada pelas equipes competentes. A recuperação e os esforços para mitigar os impactos continuam, buscando restaurar a normalidade e a segurança nas áreas afetadas.
Por: Iamara Lopes | Revisão: Redação
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