A crise que assola as principais companhias aéreas brasileiras começa a comprometer a mobilidade e, com ela, a preparação para a COP30, marcada para Belém em novembro. Em meio a atrasos, cancelamentos e redução de voos, o setor enfrenta desafios operacionais profundos: a malha aérea está fragilizada pela infraestrutura da região Norte e pelos problemas financeiros das empresas que dominam o mercado.
Aeroporto de Belém ainda em obras
As obras no Aeroporto Internacional de Belém foram antecipadas e agora estão cerca de 95% concluídas, segundo a concessionária responsável. A expansão incluiu ampliação do terminal de passageiros, modernização do pátio de aeronaves e melhoria da pista para aviões maiores, intervenções que visam atender ao salto de demanda esperado com a conferência.
GOL e Azul em crise
Apesar dos preparativos de infraestrutura, o setor aéreo enfrenta gravíssimas turbulências. A Azul Linhas Aéreas entrou com pedido de proteção à falência nos EUA em 2025 para reestruturação de dívidas bilionárias. A GOL Linhas Aéreas anunciou um plano de reorganização que prevê tornar-se empresa privada. A combinação de companhias fragilizadas, alta demanda e menor oferta de voos amplia o risco de atrasos e cancelamentos.
Preços altos e atrasos constantes
No último trimestre, passageiros relataram esperas prolongadas, remarcações frequentes e aumento expressivo nas tarifas, especialmente nas rotas que ligam o Sudeste ao Norte do país. Especialistas destacam que custos elevados de manutenção, escassez de slots aeroportuários e atrasos nas entregas de novas aeronaves agravam o quadro operacional.
Enquanto isso, a infraestrutura da Amazônia ainda não está preparada para absorver o salto de demanda previsto: estima-se que mais de 50 mil pessoas participem da conferência climática.
Governo promete soluções
O governo federal, a concessionária aeroportuária e o comitê da COP30 estudam acelerar as obras no Aeroporto de Belém, usar aeroportos vizinhos como Manaus e criar rotas diretas para reduzir atrasos. Analistas alertam que o tempo é curto e que falhas logísticas podem comprometer o evento e a imagem do Brasil.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o governo mantém diálogo constante com as companhias para enfrentar a crise e garantir estabilidade no setor aéreo, e que, por orientação do presidente Lula, estão sendo buscadas alternativas para reduzir o custo das passagens e soluções que fortaleçam o consumidor.
Por Joshua Perdigão | Revisão: Daniela Gentil
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