Na terça-feira, 9 de setembro de 2025, o Flamengo lançou uma campanha para solicitar à Organização das Nações Unidas (ONU) que reconheça a torcida do clube, conhecida popularmente como “Nação Rubro-Negra” como a primeira “nação simbólico-cultural” do mundo. O anúncio foi realizado em pronunciamento especial de Zico, ídolo histórico do time carioca, transmitido diretamente do Maracanã por meio da Flamengo TV.
De acordo com o clube, a campanha pretende reforçar não só o tamanho da torcida, estimada em mais de 45 milhões de pessoas, mas também evidenciar o alcance cultural, social e emocional dessa “nação” como algo que se forma não por território ou governo, mas por sentimento coletivo. Zico afirmou que, se a torcida rubro-negra fosse um país, ela teria a 36ª maior população do mundo.
A proposta não envolve reivindicações políticas, administrativas ou territoriais. Trata-se de uma iniciativa simbólica, com o objetivo de dar visibilidade internacional ao que o clube entende como uma realidade que já existe nos corações dos torcedores: música, ritos, tradições, heróis, histórias compartilhadas. Esse reconhecimento simbólico, segundo o Flamengo, serviria como legitimação global de uma identidade que vive em estádios, em redes sociais, nas ruas e nas comunidades, tanto no Brasil quanto no exterior.
Flamengo é declarado patrimônio histórico e cultural do RJ
Vale lembrar que este ano, no dia 17 de julho de 2025, o governador Cláudio Castro sancionou a Lei 10.888/2025, publicada no Diário Oficial, que oficializa o Flamengo como patrimônio histórico, cultural e imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A norma valoriza a atuação do clube não apenas no futebol, mas também em modalidades como remo, ginástica e judô, além de ressaltar seu impacto cultural e seu papel no cotidiano dos cariocas.
Petição digital e pedido de nação à ONU
Como parte da campanha, o clube disponibilizou uma petição digital, acessível via o site oficial da iniciativa (peticao.flamengo.com.br), convidando torcedores a assinar. A adesão popular é apresentada como elemento central para dar força ao pedido.
A ação tem também suporte institucional: foi idealizada pela agência Artplan, com estratégia desenvolvida pela Quintal, e prevê desdobramentos nas redes sociais, ativação digital e conteúdos multiplataforma. A campanha aposta na paixão pela camisa, nas tradições rubro-negras e no sentimento de pertencimento como fatores de mobilização
Críticos poderão argumentar que o reconhecimento por parte de uma organização internacional como a ONU em algo simbólico não altera em nada o dia a dia institucional ou administrativo de um clube de futebol. Porém, para o Flamengo, o valor reside precisamente no simbolismo: na potência de afirmar identidade, cultura, pertencimento, e demonstrar que torcer não é mero hobby, mas componente relevante na construção de laços sociais.
Caso o reconhecimento avance, a iniciativa poderá abrir precedentes para que torcidas e movimentos culturais semelhantes reivindiquem espaço simbólico internacional, alterando a forma como comunidades baseadas em paixão compartilhada são percebidas globalmente.
Enquanto isso, o Flamengo convoca seus torcedores a participarem ativamente: “Se você apoia a nossa causa, assine a petição e mostre a força da Nação unida,” reforça Zico em seu pronunciamento.
Por Laís Pereira | Revisão: Daniela Gentil
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