A poucos dias da entrada em vigor das novas taxas comerciais impostas por Washington, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (28) que a medida é prejudicial à relação entre os países e apelou por negociação.
Durante agenda oficial no Rio de Janeiro, Lula defendeu a abertura de diálogo com o governo norte-americano. “É preciso sentar à mesa, conversar e buscar entendimento. Uma decisão unilateral como essa prejudica o Brasil e não ajuda os EUA”, declarou o presidente.
Segundo ele, a taxação, anunciada sem negociação prévia, compromete a cooperação bilateral. Lula também comentou, sem citar nomes, a possível influência de membros da oposição na adoção das tarifas, sugerindo que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teria atuado nos bastidores da decisão.
A medida imposta pelos Estados Unidos atinge setores estratégicos da economia brasileira, como café, suco de laranja, carne e outros produtos agrícolas. A partir de 1º de agosto, as exportações brasileiras nesses segmentos estarão sujeitas à nova alíquota de 50%.
O governo federal, por meio do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, tem buscado reverter a decisão por vias diplomáticas. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro da Indústria e Comércio, chegou a solicitar formalmente a reavaliação das tarifas, mas ainda não obteve resposta oficial.
Enquanto isso, o Congresso Nacional discute possíveis medidas de retaliação comercial e analisa levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Por Kátia Gomes | Revisão: Daniela Gentil
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