Uma nova pesquisa divulgada nesta segunda-feira (28) revela mudanças importantes na forma como os brasileiros enxergam temas sensíveis ligados à segurança pública e à justiça criminal. De acordo com o Índice de Conservadorismo Brasileiro, elaborado pela Ipsos-Ipec, 49% da população se declara contra a implementação da pena de morte no país, enquanto 43% se mostram favoráveis. Outros 6% dizem ser neutros e 3% não souberam ou preferiram não opinar.
O dado representa um crescimento de 6 pontos percentuais na rejeição à pena capital em relação ao levantamento anterior, feito em 2023. O tema, historicamente polêmico, volta a gerar discussões em meio ao avanço do debate sobre punições mais severas para crimes violentos.
Já em relação à redução da maioridade penal, o apoio ainda é majoritário, mas começa a dar sinais de enfraquecimento. Segundo o estudo, 65% dos brasileiros são a favor da medida, que prevê diminuir de 18 para menos a idade mínima para responsabilização criminal. Em 2023, esse número era de 73%. Ou seja, houve uma queda de 8 pontos percentuais em um ano.
Por outro lado, 28% dos entrevistados se disseram contra a proposta, enquanto 4% adotaram uma posição neutra e 3% não responderam. A pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre os dias 3 e 8 de julho, com margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Os resultados mostram que, embora parte da sociedade ainda defenda medidas mais duras contra o crime, cresce também uma visão mais crítica sobre soluções extremas, como a pena de morte. O cenário aponta para um debate cada vez mais complexo, e necessário, sobre segurança, justiça e direitos no Brasil contemporâneo.
Por Aline Feitosa | Revisão: Daniela Gentil
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