O Festival do Sairé 2025, tradicional celebração cultural e religiosa da comunidade de Alter do Chão, em Santarém (PA), acontecerá de 18 a 22 de setembro com uma programação marcada pela fé, pela cultura e pela valorização da identidade amazônica.
A abertura contou com a procissão fluvial, o café comunitário e a busca dos mastros, ritos que reafirmam a herança do povo Borari. A programação inclui ainda apresentações folclóricas, encenações religiosas, exposição de artesanato regional, shows musicais e espaço dedicado à gastronomia paraense. O ponto alto será a tradicional disputa entre os botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, que já se apresentaram no anúncio oficial do evento.
Uma das novidades desta edição é o retorno da grafia “Sairé”, conforme a Lei 14.997/2024, que reconhece a festa como manifestação cultural brasileira e determina a escrita com “S”. A decisão atende a um pedido da organização, da comunidade local e das lideranças indígenas, em respeito aos registros históricos da celebração.
Além da dimensão cultural, o Sairé ocorre em um momento de atenção à infraestrutura turística da região, já que a proximidade da COP 30 em Belém, marcada para novembro, pressiona a logística de transportes. Durante o período do festival, há expectativa de aumento no preço das passagens aéreas para Santarém, reflexo da alta demanda e da limitação de voos diretos. A distância em relação a Belém, principal porta de entrada aérea do Pará, reforça o debate sobre conectividade, mobilidade e investimentos necessários para atender tanto aos turistas da festa quanto aos visitantes esperados para a conferência climática.
A Prefeitura de Santarém informou que a organização tem sido construída em parceria com a comunidade, priorizando segurança, saúde, limpeza urbana e infraestrutura. Foi divulgado também um plano especial de segurança, com a participação da Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e serviços municipais.
Com apoio do Ministério do Turismo, que destinou recursos para sua realização, o Sairé reforça seu papel como um dos maiores eventos culturais da Amazônia, reunindo fé, tradição e pertencimento, além de atrair milhares de visitantes do Brasil e do exterior.
Por Joshua Perdigão | Revisão: Daniela Gentil
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