A Kodak, ícone global da fotografia, admitiu a possibilidade de encerrar suas atividades após quase 140 anos de operação. O anúncio veio depois da divulgação de um balanço financeiro que revelou um prejuízo de US$ 26 milhões entre abril e junho de 2025, além da dificuldade crescente em honrar dívidas que somam US$ 500 milhões com vencimento nos próximos 12 meses.
Fundada em 1888 por George Eastman, inventor do rolo de filme e criador da primeira câmera Kodak, a empresa revolucionou a forma de registrar imagens ao popularizar a fotografia analógica. Modelos como a Instamatic, conhecida por ser acessível e prática, marcaram gerações. Durante grande parte do século XX, a companhia foi líder incontestável do mercado e expandiu-se rapidamente para a Europa e outros continentes.
Entretanto, desde os anos 1990 a Kodak enfrenta um declínio acentuado, resultado da ascensão da fotografia digital e da demora em se adaptar à nova realidade. A crise se agravou ainda mais no fim da década de 2000, quando os smartphones com câmeras cada vez melhores tornaram-se populares e reduziram drasticamente a relevância das câmeras convencionais.
O colapso culminou em 2012, quando a empresa entrou em falência, com dívidas superiores a US$ 6 bilhões. Desde então, buscou diversificar suas operações para sobreviver, apostando em impressão digital, embalagens, impressão 3D, softwares e até mesmo no setor farmacêutico, fornecendo insumos para a produção de medicamentos em contrato firmado com o governo dos Estados Unidos.
Apesar das tentativas, os resultados não foram suficientes para recuperar a solidez financeira. Agora, a sobrevivência da Kodak depende diretamente de negociações com credores para ampliar prazos de pagamento. Contudo, a empresa reconhece que, neste momento, o cenário é desfavorável e que não há garantias de continuidade de suas operações.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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