Polícia Federal apreendeu mais de R$ 400 mil e desmantelou parte do esquema que movimentava milhões com a venda ilegal de celulares e drones de alto valor.
Uma organização criminosa especializada no contrabando de eletrônicos foi alvo da Polícia Federal do Pará nesta quarta-feira (data não divulgada), durante a Operação Sin Tax. O grupo atuava principalmente nos estados do Pará e do Piauí, comercializando celulares de luxo e drones importados ilegalmente, em lojas físicas e plataformas digitais.
Durante a operação, os agentes da PF apreenderam mais de R$ 400 mil em espécie, além de aparelhos eletrônicos de última geração e relógios de alto valor.
O líder do esquema, um empresário paraense com atuação no comércio local, teve um crescimento patrimonial considerado incompatível com sua renda declarada, ultrapassando os R$ 6 milhões, segundo a investigação.
Venda em shoppings de Belém e Teresina
A quadrilha revendia os produtos em quatro lojas de Belém e uma em Teresina, sendo três delas localizadas dentro de shoppings centers. Além disso, os eletrônicos eram oferecidos em plataformas digitais, aumentando o alcance da rede ilegal.
Segundo a Polícia Federal, os produtos chegavam ao país de forma clandestina, sem passar pelos procedimentos de importação e sem o recolhimento de tributos, caracterizando crime de contrabando e sonegação fiscal.
O esquema foi revelado a partir de uma investigação que buscava entender o motivo de uma marca de celular de luxo ser líder de vendas em Belém, mesmo com seu alto custo.
O delegado Roger Morgado, responsável pela operação, informou que o grupo também está sendo investigado por lavagem de dinheiro e uso de empresas de fachada.
Operação é desdobramento de ações anteriores
- A Operação Mercador Fenício, deflagrada em novembro de 2022;
- E a prisão em flagrante de um viajante no Aeroporto de Belém, em dezembro de 2023, ao tentar entrar com diversos celulares sem declarar à Receita Federal.
Mandados, bloqueios e ação da Receita Federal
Ao todo, foram cumpridos:
- 11 mandados de busca e apreensão (10 em Belém e 1 em Teresina);
- Determinação judicial de bloqueio de bens no valor de R$ 6,4 milhões;
- Participação de 16 auditores-fiscais e analistas da Receita Federal.
A investigação também revelou conexões da quadrilha com intermediários no Suriname, por onde parte da carga entrava ilegalmente no Brasil.

Cristina Christiano é jornalista com extensa carreira profissional, tendo atuado em diversos veículos impressos e audiovisuais nas áreas de polícia, justiça, saúde, educação, comportamento, urbanismo, direitos humanos, economia, entre outras. Fez diversas reportagens especiais, além de séries de repercussão e recebeu já vários prêmios por seu trabalho.