Um novo ciclone extratropical deve se formar sobre o Sul do Brasil na sexta-feira (7) e provocar tempestades severas, ventania intensa e risco de granizo e tornados em diversas regiões do país. A formação do sistema de instabilidade será acompanhada por uma frente fria que se deslocará em direção ao Sudeste e Centro-Oeste entre os dias 8 e 9 de novembro, segundo o Climatempo e a Defesa Civil.
O fenômeno deve se organizar entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, avançando pelo litoral catarinense na madrugada de sábado (8) e, ao longo do dia, em direção à costa de São Paulo e do Rio de Janeiro. No domingo (9), o ciclone estará sobre o mar, com centro estimado entre o litoral fluminense e o do Espírito Santo, ainda provocando instabilidades na região.
Riscos de ventania e temporais no Sul
No Rio Grande do Sul, a Defesa Civil Estadual alerta para tempestades severas entre a madrugada de sexta e o decorrer de sábado, com rajadas de vento acima de 100 km/h, chuva intensa, granizo e descargas elétricas. As regiões Oeste, Noroeste, Norte, Centro e Missões estão sob maior risco.
Os volumes de chuva devem variar de 60 a 100 milímetros por dia, podendo ultrapassar os 150 mm em pontos das Missões, Noroeste e Norte do estado. “Esses acumulados devem ocorrer em um período de seis a doze horas, entre a madrugada e o início da tarde de sexta”, informa o órgão. Nas demais regiões, a média será de 10 a 50 mm/dia, com ventos de 50 a 85 km/h.
No Litoral Médio e Norte, as rajadas podem passar dos 100 km/h, especialmente na madrugada e manhã de sábado, quando a atuação do ciclone sobre o oceano ainda será intensa. Nessas áreas, os acumulados de chuva devem variar de 30 a 75 mm/dia.
A partir da tarde de sábado, o tempo começa a estabilizar gradualmente no Estado, embora os ventos ainda persistam em boa parte do território. Para o domingo (9), a tendência é de melhora no tempo, com o avanço de uma área de alta pressão atmosférica que trará sol e variação de nuvens.
Risco de inundações e alagamentos
O boletim hidrológico da Defesa Civil aponta que, devido às chuvas intensas em curto período de tempo, há risco elevado de inundações e enxurradas. A situação é mais crítica nas bacias dos rios Caí e Sinos, onde há possibilidade de o Caí (em São Sebastião do Caí e Montenegro) e o Paranhana (em Três Coroas e Igrejinha) atingirem níveis de inundação.
Em áreas urbanas, o órgão alerta para alagamentos e acúmulo de água em vias públicas, especialmente nas regiões de maior declividade. A condição hidrológica atual indica níveis normais a baixos, mas a previsão de precipitações moderadas a fortes eleva a preocupação para municípios em estado de atenção e alerta.
Sudeste e Centro-Oeste também devem ser atingidos
No Sudeste, a ventania será mais sentida no sábado (8), principalmente no sul e leste de São Paulo, Grande São Paulo, litoral paulista, Vale do Paraíba, Rio de Janeiro (inclusive Grande Rio e Região Serrana) e Sul de Minas. Rajadas podem superar 100 km/h em áreas litorâneas e serranas.
O mar deve ficar muito agitado no fim de semana, com risco para embarcações pequenas e médias e possibilidade de interrupção de balsas na Baixada Santista e no canal de São Sebastião.
No Centro-Oeste, o Mato Grosso do Sul será o estado mais afetado, com rajadas de até 85 km/h e temporais entre sexta e sábado. Em Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal, o impacto será menor, com ventos entre 40 e 60 km/h e pancadas isoladas de chuva.
Possibilidade de tornados
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul alerta para a ocorrência de tornados nas regiões Noroeste e Norte do estado na tarde de sexta-feira (7). As nuvens do tipo cumulonimbus, associadas à frente fria, podem provocar micro e macroexplosões, fenômenos que geram ventania destruidora.
Recomendações de segurança
Autoridades orientam que a população evite locais abertos durante tempestades, não se abrigue sob árvores e procure locais seguros, como veículos ou edificações firmes. Em áreas litorâneas, embarcações de pequeno porte devem permanecer em terra firme até a normalização dos ventos.
O Climatempo e as Defesas Civis estaduais recomendam acompanhamento constante das atualizações meteorológicas ao longo dos próximos dias.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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