Um ato em apoio à deputada federal Carla Zambelli aconteceu neste domingo (2) próximo ao Ministério da Justiça, em Roma. A mobilização busca chamar a atenção das autoridades italianas, especialmente da primeira-ministra Giorgia Meloni e do vice-premier Matteo Salvini, sobre o caso da parlamentar brasileira.
O marido de Zambelli, o coronel Antônio Aginaldo de Oliveira, participa do protesto carregando uma das placas com mensagens de apoio à esposa.
Manifestação decepcionou as expectativas?
A manifestação começou por volta das 15h30 e, até às 16h20, segue esvaziada, com pouquíssimos manifestantes. O ato teve início com a oração do Pai Nosso e conta com um número reduzido de participantes. É possível contar nos dedos os manifestantes que exibem bandeiras e cartazes, tanto da comunidade brasileira que vive na capital italiana quanto de apoiadores italianos identificados com a direita.
A organizadora do ato explicou que o local foi escolhido por ter grande movimentação de turistas. A estratégia, segundo ela, é abordar pessoas individualmente para explicar o caso de Zambelli, não apenas a italianos, mas também a visitantes estrangeiros.
As faixas estão escritas em italiano e em inglês, na tentativa de ampliar o alcance da mensagem. O principal objetivo do movimento é sensibilizar o governo italiano e despertar atenção internacional para a situação da deputada.
Situação juridica
Carla Zambelli está detida na Itália enquanto aguarda o julgamento do processo de extradição. O governo brasileiro já enviou dois pedidos formais de repatriação, mas o recurso ainda será analisado. A decisão final caberá ao ministro Carlo Nordio, responsável pela pasta da Justiça italiana.
No Brasil, Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica, além de multa de cerca de dois milhões de reais por danos morais coletivos. Em outro processo, ela recebeu pena de 5 anos e 3 meses por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo.
Em um ato que não só visa chamar a atenção das autoridades para tentar mudar o cenário jurídico de Carla Zambelli, o que se percebe é que, embora haja esforço visível da defesa da parlamentar, os atos vêm tendo pouca adesão.
Até o momento, autoridades italianas, como a primeira-ministra Giorgia Meloni e o vice-premier Matteo Salvini, não fizeram qualquer manifestação pública sobre o caso. Fato é que o Brasil mantém firme a postura de buscar a extradição de Carla Zambelli, com autoridades brasileiras acompanhando em solo italiano o desenrolar de um processo que movimenta Brasília e Roma.
Por David Gonçalves, correspondente MD na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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