A retomada do uso de uma prisão subterrânea em Israel tem provocado forte reação de organizações internacionais. Uma investigação conduzida pelo jornal britânico The Guardian aponta que dezenas de palestinos da Faixa de Gaza estão detidos em Rakefet, uma instalação reativada por determinação do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, depois da ofensiva do Hamas em 2023.
O local havia sido fechado nos anos 1980, quando autoridades israelenses concluíram que as condições de confinamento eram incompatíveis com padrões mínimos de dignidade humana. Rakefet, segundo relatos de ex-funcionários do sistema penitenciário, não tem janelas, pátio nem ventilação natural, e os presos podem passar meses sem ver a luz do sol.
Ex-detentos e advogados que acompanham o caso relataram espancamentos, ataques com cães e privação sensorial, práticas que, segundo especialistas em direitos humanos, violam convenções internacionais e comprometem a integridade física e psicológica dos encarcerados. Alguns dos detidos seriam civis sem acusação formal, como um enfermeiro e um vendedor ambulante.
Durante visita à unidade, Ben-Gvir afirmou que a prisão seria “o lugar adequado para terroristas — debaixo da terra”, declaração que ampliou as críticas de entidades humanitárias.
Diante das denúncias, a Turquia expediu mandados de prisão por genocídio contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outros membros do governo israelense, incluindo Ben-Gvir e o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz. O Ministério das Relações Exteriores de Israel classificou a decisão como uma manobra política e sem validade jurídica.
Texto: Marília Duarte | Revisão: Daniela Gentil
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