O segundo dia da Cúpula de Líderes da pré-COP30 começou nesta sexta-feira (7), em Belém (PA), com a tradicional “foto de família”, que reuniu mais de 40 chefes de Estado e de governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocupou o centro da imagem, ao lado de autoridades internacionais e líderes de países parceiros na Conferência do Clima das Nações Unidas, que será realizada oficialmente entre os dias 10 e 21 de novembro.
O gesto simbólico, realizado antes da retomada da sessão plenária, marcou o início da fase política do encontro e buscou traduzir, em imagem, a cooperação global diante dos desafios climáticos. A cúpula, organizada pela Presidência brasileira, conta com a presença de representantes de cerca de 140 países e tem como principal objetivo alinhar compromissos e dar “direção política” às discussões que vão pautar a COP30, a ser sediada também na capital paraense.
Representatividade internacional e ausências
Entre os líderes participantes estão Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Friedrich Merz (Alemanha), Pedro Sánchez (Espanha) e Luís Montenegro (Portugal). A diversidade de países representados reflete a amplitude das discussões em torno das metas climáticas e da transição energética justa.
Apesar da presença maciça de lideranças, os Estados Unidos não enviaram representantes de alto escalão à pré-COP, e o presidente Donald Trump não participa do evento. A ausência foi interpretada por analistas como um sinal de cautela em relação à política ambiental internacional, já que o país é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo.
Brasil na agenda do clima
No centro da imagem oficial, o presidente Lula posou ao lado do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). O registro foi feito antes da retomada dos trabalhos, que devem incluir debates sobre transição energética, o papel das economias emergentes na redução de emissões e a revisão dos compromissos assumidos no Acordo de Paris, que completa dez anos em 2025.
Durante o dia, Lula também deve participar de reuniões bilaterais com o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, e com o presidente de Moçambique, Daniel Chapo. As conversas devem abordar temas como cooperação econômica, preservação ambiental e investimentos em energia limpa.
Fundo Florestas Tropicais para Sempre
Um dos principais avanços anunciados nesta sexta-feira foi o fortalecimento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), uma iniciativa liderada pelo Brasil com o objetivo de financiar projetos de conservação e manejo sustentável em países tropicais.
O fundo já soma promessas de US$ 5,5 bilhões, com destaque para os aportes de US$ 3 bilhões da Noruega, US$ 1 bilhão do Brasil e US$ 1 bilhão da Indonésia. O TFFF é visto como uma tentativa de criar um mecanismo estável e duradouro de financiamento, com recursos que não dependam apenas de doações eventuais ou de ciclos políticos.
A proposta brasileira é que o fundo funcione como um modelo de cooperação entre nações que compartilham biomas estratégicos para o equilíbrio climático global, como a Amazônia, o Congo e as florestas do Sudeste Asiático.
Floresta como palco
Na véspera, durante a abertura da Cúpula de Líderes, Lula defendeu a realização da Conferência do Clima na Amazônia, ressaltando o simbolismo de discutir o futuro do planeta no coração da maior floresta tropical do mundo. O presidente reforçou o compromisso do Brasil com as metas de redução do desmatamento e com o desenvolvimento sustentável dos países do Sul Global.
“A COP30 será a COP da verdade. É o momento de levar a sério os alertas da ciência. É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la”, afirmou o presidente durante o discurso de abertura.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também elogiou a escolha de Belém como sede da conferência e destacou o papel estratégico do Brasil na construção de consensos ambientais. Segundo ele, a Amazônia precisa ser vista não apenas como uma questão regional, mas como um ativo essencial à estabilidade climática do planeta.
Por: Laís Queiroz | Revisão: Daniela Gentil
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