Apesar dos avanços em direitos e representatividade, a presença feminina na liderança política mundial ainda é escassa. Em 2025, apenas 22 países têm mulheres ocupando o cargo de chefe de Estado ou de governo – função que pode variar entre presidente, primeira-ministra ou, no caso do Vaticano, a responsável administrativa.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também ocupa uma posição de destaque, representando os 27 países da União Europeia, embora não lidere um país específico. Seu papel, no entanto, é crucial no cenário político global.
Este ano representa um marco. Nunca antes tantas mulheres estiveram simultaneamente no poder ao redor do planeta. Ainda é pouco? Sem dúvida. Mas é, sem questionamento, um sinal claro de mudança.
Saiba quem são as líderes atuais:
- Ursula von der Leyen – presidente da Comissão Europeia (representa os 27 países da UE, mas não lidera um país específico).
- Giorgia Meloni – primeira-ministra da Itália, primeira mulher a liderar o país desde sua unificação.
- Kaja Kallas – primeira-ministra da Estônia.
- Mette Frederiksen – primeira-ministra da Dinamarca.
- Sanna Marin – primeira-ministra da Finlândia.
- Magdalena Andersson – primeira-ministra da Suécia.
- Élisabeth Borne – primeira-ministra da França.
- Ana Brnabić – primeira-ministra da Sérvia.
- Natalia Gavrilița – primeira-ministra da Moldávia.
- Ingrida Šimonytė – primeira-ministra da Lituânia.
- Katrín Jakobsdóttir – primeira-ministra da Islândia.
- Mia Mottley – primeira-ministra de Barbados.
- Sheikh Hasina – primeira-ministra de Bangladesh.
- Jacinda Ardern – primeira-ministra da Nova Zelândia.
- Fiamē Naomi Mataʻafa – primeira-ministra de Samoa.
- Samia Suluhu Hassan – presidente da Tanzânia, símbolo de resistência feminina na África.
- Paula-Mae Weekes – presidente de Trinidad e Tobago.
- Sandra Mason – presidente de Barbados (em posição cerimonial).
- Zuzana Čaputová – presidente da Eslováquia.
- Katalin Novák – presidente da Hungria.
- Salome Zurabishvili – presidente da Geórgia.
- Maia Sandu – presidente da Moldávia.
- Vjosa Osmani – presidente do Kosovo.
- Dina Boluarte – presidente do Peru.
- Xiomara Castro – presidente de Honduras.
Lideranças que fazem história:
Além das líderes em exercício, duas mulheres se destacam por seu simbolismo e impacto:
- Irmã Simona Brambilla: primeira mulher a assumir a administração de um departamento central do Vaticano, em um gesto histórico da Igreja Católica.
- Dilma Rousseff: primeira mulher presidente do Brasil (2011–2016), foi eleita em 2010 e reeleita em 2014, liderando a maior economia da América Latina em um período de grandes desafios políticos. Atualmente, Dilma é presidente do Banco de Desenvolvimento dos BRICS.
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A África e os desafios da liderança feminina
A Tanzânia, com a presidente Samia Suluhu Hassan, é um dos maiores exemplos da luta feminina no continente africano. Em um cenário de desafios sociais, religiosos e econômicos, sua presença no poder representa coragem e transformação. Outros países africanos, como Ruanda, Senegal e Etiópia, contam com forte participação feminina em ministérios e parlamentos – uma revolução silenciosa em curso.
Oriente Médio e o peso da tradição
No Oriente Médio, as estruturas patriarcais ainda impõem barreiras ao avanço das mulheres. Mesmo assim, algumas vêm conquistando espaço:
- Síria: Najah al-Attar é vice-presidente, e Hadiya Khalaf Abbas liderou o Parlamento, rompendo padrões rígidos.
- Mauritânia: tem a maior porcentagem de mulheres em cargos ministeriais no mundo árabe.
- Jordânia: cinco das 24 pastas ministeriais são lideradas por mulheres.
- Paquistão: Benazir Bhutto fez história como a primeira mulher a governar um país muçulmano, abrindo caminhos importantes.
A América Latina também tem história
Além de Dilma Rousseff e Xiomara Castro, a região já viu outras líderes enfrentando resistências culturais e políticas para ocupar espaços historicamente negados às mulheres.
Um futuro em construção
As barreiras ainda são muitas: machismo institucional, sub-representação partidária, assédio político e a histórica exclusão das mulheres em espaços decisórios. No entanto, a tendência é clara: mais mulheres estão chegando ao topo.
Lorrayne Rosseti e David Gonçalves