O senador e pré-candidato à presidência da Colômbia, Miguel Uribe, morreu nesta segunda-feira (11), em Bogotá, aos 39 anos. A morte foi anunciada pela sua esposa, Maria Claudia Tarazona, e confirmada pelo hospital onde ele estava internado. Uribe não resistiu às complicações de um atentado ocorrido em 7 de junho, quando foi baleado duas vezes na cabeça e uma na perna durante um discurso em um evento de rua no bairro Fontibón, na capital colombiana.
O político estava internado desde o ataque na Fundação Santa Fé de Bogotá. No último sábado (9), ele “regrediu à condição crítica” devido a uma hemorragia no sistema nervoso central, precisando de uma cirurgia de emergência e voltando a ser sedado. A Fundação Santa Fé confirmou que Uribe faleceu à 1h56 da madrugada de segunda-feira (horário local de Bogotá), o que corresponde às 23h56 de domingo (horário de Brasília).
Quem era Miguel Uribe?
Miguel Uribe Turbay era senador de oposição ao governo atual era considerado um dos favoritos na corrida eleitoral colombiana, cujas eleições estão marcadas para março de 2026.
Ele foi o parlamentar mais votado nas eleições de 2022. Uribe era neto de Julio César Turbay Ayala, que foi presidente da Colômbia de 1978 a 1982. Ele também era filho da jornalista Diana Turbay, sequestrada e assassinada em 1991 por narcotraficantes ligados a Pablo Escobar – um caso retratado no livro “Notícias de um Sequestro” de Gabriel García Márquez. Além da esposa, Miguel Uribe deixa um filho.
Repercussão e investigação do atentado
O atentado contra Uribe foi o primeiro de uma série de ataques na Colômbia nos últimos meses, que reavivam o temor da violência política que marcou o país nos anos 1990, quando três candidatos à presidência foram assassinados.
Após a confirmação da morte de Uribe, o ex-presidente Álvaro Uribe Vélez (sem laços familiares), líder do partido Centro Democrático ao qual Miguel Uribe era filiado, lamentou em sua conta no X: “O mal destrói tudo, mataram a esperança. Que a luta de Miguel seja uma luz que ilumine o caminho correto da Colômbia”. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, também se manifestou, exigindo justiça.
O governo colombiano, através do presidente Gustavo Petro, condenou veementemente o ataque, classificando-o como “um atentado não apenas à integridade pessoal do senador, mas também à democracia, à liberdade de pensamento e ao exercício legítimo da política na Colômbia”. O Itamaraty também se pronunciou à época, repudiando “qualquer forma de violência”.
A Procuradoria-Geral, responsável pela investigação, informou que outras duas pessoas ficaram feridas no ataque. Um adolescente de 15 anos foi apreendido no local com uma arma de fogo. Até o momento, seis pessoas foram presas relacionadas ao atentado.
Por: Iamara Lopes | Revisão: Laís Queiroz
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