O MPPA (Ministério Público do Pará) denunciou um delegado e cinco policiais civis por executarem um homem,que segundo a investigação, possui ligação com o tráfico de drogas. A decisão, assinada pelo juiz Wagner Soares da Costa, da Vara Criminal de Marituba, acolheu integralmente a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado.
Além disso,os acusados também respondem pelo desvio de parte da carga de entorpecentes encontrada durante a operação na cidade de Marituba, na Região Metropolitana de Belém. O assassinato de Claudiney de Oliveira Mattos ocorreu em 3 de abril de 2025. Segundo o MP, os policiais executaram Mattos sem chances para defesa.
No começo das investigações, a Polícia Civil alegou se tratar de uma operação e não de um confronto, mas a perícia apontou para assassinato à curta distância e classificou o episódio como “execução sumária”.
Após a morte, os acusados teriam transportado o corpo em uma viatura particular até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), deixando o local do crime abandonado até a tarde daquele dia. Em seguida, elaboraram uma versão falsa de legítima defesa, sustentando que houve troca de tiros.
Desvio de drogas
O juiz Wagner Soares da Costa apontou que, além do assassinato, houve desvio de entorpecentes durante a operação.
Os policiais alegaram que foram recuperados 130 kg de drogas, mas, na verdade, os réus capturaram muito mais. Para o MP, a diferença pode equivaler a US$ 32 milhões.
Os acusados são: o delegado Diego Pinheiro Catunda e os investigadores Sérgio Alves de Souza, Carlos Waldecyr Santos de Souza, Edilson Melo das Chagas, Moacir Barreiros Alves e Ulisses Santos Pará Filho.
“No curso de investigação, apresentando versão falsa sobre a apreensão de drogas e as circunstâncias da morte, descrevendo-a como decorrente de confronto e legítima defesa policial, quando na verdade teria se tratado de execução”, diz a denúncia.
Por Arthur Moreira | Revisão: Daniela Gentil
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