A deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), detida desde julho no presídio feminino de Rebibbia, em Roma, deve receber na próxima semana a visita do vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, líder do partido Lega. A reunião terá caráter discreto: Salvini entrará por uma entrada reservada, sem visibilidade para o público ou imprensa, e fora do horário normal de visitas, já que o encontro não será anunciado na agenda oficial do governo italiano nem do partido Lega.
Segundo fontes, a visita foi articulada pelos parlamentares brasileiros Flávio Bolsonaro (senador pelo PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (deputado federal pelo PL-SP), reforçando apoio à deputada. O movimento acontece logo após, segundo interlocutores próximos, Zambelli ter manifestado nos bastidores que se sentia abandonada pelo PL e cogitava uma possível delação premiada junto à Justiça brasileira.
A reação da direita foi imediata: lideranças conservadoras brasileiras passaram a se mobilizar em Roma para demonstrar apoio à deputada licenciada. Vale lembrar que, na última semana, Zambelli recebeu a visita de uma comitiva de senadores brasileiros, entre eles Damares Alves, Flávio Bolsonaro e Magno Malta.
Zambelli, condenada pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça, permanece à disposição da Justiça italiana, que analisa o pedido de extradição feito pelo Brasil. A visita de Salvini é vista como gesto político e diplomático, reforçando laços com lideranças conservadoras na Europa e sinalizando o apoio do bolsonarismo internacional.
Uma visita discreta que não apenas reforça apoio à deputada, mas também expõe o tabuleiro político em que a direita brasileira e aliados internacionais movem suas peças para conter riscos e preservar influência.
Por David Gonçalves, correspondente MD News na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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