Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi conduzido a uma delegacia na Itália, nesta quarta-feira (1). O ex-assessor reside no país desde o início do ano.
Segundo o advogado de Tagliaferro, Eduardo Kunsch, a polícia italiana o levou à delegacia na manhã desta quarta para aplicação de medidas cautelares de restrição de circulação, ligadas a um processo de extradição solicitado pelo Brasil. A informação também foi confirmada pela assessoria de Tagliaferroa ao MD News.
Relembre
Em agosto de 2025, o Ministério das Relações Exteriores enviou à Itália um pedido de extradição contra Tagliaferro, no contexto de investigações sobre suposto vazamento de mensagens entre servidores do gabinete de Moraes.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), denunciou o ex-assessor por crimes supostamente cometidos enquanto atuava no gabinete do magistrado no TSE. De acordo com as denúncias, Tagliaferro teria praticado “violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de investigação”. A PGR também o acusa de “tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.
Em 2023, Tagliaferro deixou o cargo no TSE após ser detido por violência doméstica. Recentemente, ele anunciou planos de apresentar uma denúncia contra Moraes no Parlamento Europeu, aumentando a atenção sobre seu caso.
A detenção
Segundo informações obtidas pelo MD News, Tagliaferro não resistiu à detenção, mas demonstrou nervosismo e preocupação durante o interrogatório, que durou algumas horas. Ele está proibido de deixar a cidade onde reside e de sair após as 22h, permanecendo na Calábria, no sul da Itália.
A apuração do MD News descobriu que houve contato direto da Justiça brasileira com o embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca. Após a detenção e o depoimento de Tagliaferro, Mosca informou às autoridades italianas que existe risco eminente de fuga do ex-assessor.
As autoridades italianas acompanham o caso de perto, e novas informações devem ser divulgadas nas próximas horas.
Por David Gonçalves, correspondente MD News na Itália | Revisão: Pietra Gomes
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