O grupo terrorista Hamas confirmou que a libertação dos 48 reféns israelenses mantidos em Gaza começará na manhã de segunda-feira (13), conforme previsto no acordo de cessar-fogo firmado com Israel. A informação foi dada à agência AFP pelo dirigente do grupo Osama Hamdan.
O pacto diz que, o grupo palestino tem até 72 horas, a contar do início da trégua, para libertar todos os reféns, prazo que termina às 6h de segunda-feira (13), no horário de Brasília. Por outro lado, Israel deve liberar cerca de dois mil prisioneiros palestinos.
O acordo de paz foi proposto pelos Estados Unidos e conta com mediação de Egito, Catar e Turquia.
Buscas por corpos de reféns
Ainda há incertezas sobre o destino de reféns que morreram em cativeiro. O Hamas afirma não saber a localização dos corpos e pediu mais tempo para localizá-los. Segundo a imprensa israelense, oito corpos seguem desaparecidos.
Para ajudar nas buscas, a Turquia anunciou a criação de uma força-tarefa internacional com apoio de Israel e dos países que fazem a mediação entre os dois lados do conflito.
Encontro no Egito
Também na segunda-feira, líderes de mais de 20 países devem se reunir em Sharm el-Sheikh, no Egito, para discutir os próximos passos do processo de paz. O encontro foi confirmado pelo governo egípcio à agência Reuters. Entre os participantes estão os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Emmanuel Macron, da França.
A presidência francesa, no entanto, não informou se haverá um encontro direto entre os dois líderes.
O conflito que levou ao acordo
O conflito entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando o grupo lançou um ataque que deixou mais de 1,2 mil mortos e 251 sequestrados. Em resposta, Israel iniciou uma ampla campanha militar na Faixa de Gaza, com bombardeios aéreos e incursões terrestres.
A ofensiva deixou dezenas de milhares de mortos e provocou uma crise humanitária sem precedentes. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao Hamas, mais de 60 mil palestinos morreram desde então, metade deles mulheres e crianças.
Nos meses seguintes, sucessivas tentativas de trégua foram mediadas por Egito, Catar e Estados Unidos, mas todas fracassaram diante das divergências sobre a libertação de reféns e o bloqueio imposto a Gaza.
O acordo, firmado nesta semana, é o primeiro avanço significativo após dois anos de confrontos e prevê o fim dos bombardeios, a libertação simultânea de reféns israelenses e prisioneiros palestinos e a entrada ampliada de ajuda humanitária no território, um dos principais pedidos das agências da ONU.
Por Marília Duarte | Revisão: Daniela Gentil
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