O segundo dia de cessar-fogo entre Israel e o Hamas foi marcado pelo avanço no acordo de troca de reféns e prisioneiros, firmado com a mediação de Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia. Pelo pacto, o Hamas deve libertar todos os reféns em até 72 horas após o início da trégua, prazo que se encerra às 6h de segunda-feira (13), pelo horário de Brasília.
Em entrevista à agência AFP, o dirigente do grupo, Osama Hamdan, confirmou que “a troca de prisioneiros está marcada para começar na manhã de segunda-feira, conforme combinado”.
Do lado israelense, o Serviço Prisional informou que iniciou o processo de transferência dos detentos palestinos que serão libertados nos próximos dias. “Milhares de funcionários trabalharam durante toda a noite para implementar a decisão do governo”, diz o comunicado.
Atualmente, cerca de 2 mil palestinos estão presos em Israel, sendo 250 deles cumprindo longas penas por crimes relacionados à segurança nacional.
Trégua traz esperança e retorno de civis
Em Gaza, milhares de palestinos começaram a retornar às suas casas no sábado (11), segundo dia do cessar-fogo. De acordo com a Defesa Civil do território, aproximadamente 500 mil pessoas se deslocaram para o norte desde a tarde de sexta-feira (10).
O Exército de Israel confirmou a retirada gradual de tropas e veículos blindados das áreas urbanas de Gaza e Khan Younis, mas pediu que civis mantenham distância das forças enquanto “ajustam suas posições operacionais”.
O conflito, que já dura dois anos, teve início após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou 1,2 mil mortos e 251 sequestrados.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 67 mil palestinos morreram desde então, metade deles mulheres e crianças, e 90% da população do território precisou se deslocar. A Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu autorização de Israel para ampliar a entrega de suprimentos em Gaza a partir deste domingo (12).
Encontro no Egito
Na segunda-feira (13), líderes de mais de 20 países devem se reunir em Sharm el-Sheikh, às margens do Mar Vermelho, para concluir um acordo que encerre a guerra em Gaza, informou o governo do Egito à agência Reuters.
Entre os participantes confirmados estão o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da França, Emmanuel Macron. O Palácio do Eliseu não esclareceu se haverá um encontro bilateral entre os dois líderes.
Por Marília Duarte | Revisão: Daniela Gentil
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