Um homem de 30 anos, de nacionalidade luso-brasileira, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) de Portugal, nesta terça-feira, sob a acusação de incitar publicamente ao ódio e à violência. O suspeito é investigado por ter difundido nas redes sociais uma publicação na qual oferecia recompensas, incluindo um apartamento e uma quantia em dinheiro, para quem cometesse um massacre contra cidadãos estrangeiros e atentasse contra a vida de Stefani Costa, uma jornalista brasileira que trabalha em Portugal.
A operação foi conduzida pela Unidade Nacional Contraterrorismo (UNCTE) da PJ, no âmbito de um inquérito coordenado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
Recompensas
Segundo o comunicado da PJ, o suspeito está “fortemente indiciado” após ter publicado mensagens nas redes sociais incitando à violência contra um grupo de pessoas de nacionalidade estrangeira. Na publicação, que se tornou viral, ele fazia ofertas concretas como recompensa por crimes de extrema gravidade.
Conforme nota da polícia, o homem “oferecia como recompensa um apartamento no centro de Lisboa (no valor de 300 mil euros / 1 877 000 reais) a quem realizasse um massacre e exterminasse determinados cidadãos estrangeiros e um bónus adicional de 100 mil euros (625 mil reais) a quem atentasse contra a vida de uma jornalista brasileira que trabalha em Portugal”.
Antecedentes do detido
A PJ descreveu que a divulgação do conteúdo “tornou-se viral, com enorme repercussão e alarme social, afetando gravemente o sentimento de tranquilidade, de segurança e da paz pública, gerando a indignação e o repúdio em vários quadrantes”.
O detido, Bruno Silva, possui antecedentes policiais por crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência. Durante a ação policial, na sua residência em Vila Real, foram apreendidos “vastos elementos de prova relativos ao seu radicalismo ideológico”.
E agora?
O homem será apresentado à autoridade judiciária competente nesta quarta-feira (23), em Lisboa, para primeiro interrogatório e aplicação de medidas de coação. A PJ encerrou seu comunicado destacando que “desenvolve uma atividade permanente e sistemática na deteção, prevenção e combate aos designados ‘crimes de ódio'”.
Reação de Stefani Costa
Em conversa exclusiva ao Opera Mundi, a jornalista disse que “a prisão em si é positiva, porque o Bruno Silva também atentou contra a liberdade de imprensa em Portugal”. Stefani ainda acrescentou “Agradeço às autoridades portuguesas, ao Consulado e à Embaixada do Brasil, ao meu advogado Camillo Júnior, bem como a todos os colegas que me apoiaram”.
Por: Eduardo Carvalho – Correspondente MD News em Portugal | Revisado por: Laís Queiroz
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