A megaoperação policial deflagrada contra o Comando Vermelho (CV), na última terça-feira (28), nas comunidades do Complexo da Penha e do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, entrou para a história como o episódio mais letal já registrado em uma ação de segurança pública no estado, e também no Brasil neste século.
Segundo dados divulgados na quarta-feira (29), o número de mortos chegou a 132, superando o massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, em São Paulo, quando 111 detentos foram assassinados pela Polícia Militar durante a contenção de uma rebelião.
Mortos e presos
De acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), entre as vítimas estão quatro policiais, dois militares e dois civis. Além das mortes, a Polícia Civil (PCERJ) informou que 113 pessoas foram presas durante a operação, que teve como principal objetivo desarticular a estrutura do Comando Vermelho, facção que domina grande parte dos territórios na capital fluminense.
Comparação com massacre do Carandiru
O episódio no Rio de Janeiro já supera, em número de vítimas, o massacre do Carandiru, que por mais de três décadas foi considerado a maior chacina em uma intervenção policial no país.
Diferentemente do caso paulista, motivado por uma rebelião interna na Casa de Detenção, a ação nas comunidades cariocas teve caráter ofensivo, com foco em reprimir o tráfico e enfraquecer o poder armado do Comando Vermelho.
A operação também reacendeu o debate sobre políticas de segurança pública e o uso da força policial. Em meio à repercussão, volta à tona o decreto de indulto assinado em 2022 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que concedeu perdão a agentes de segurança condenados por crimes cometidos há mais de 30 anos, medida que beneficiou parte dos envolvidos no episódio do Carandiru.
Repercussão nacional e internacional
A dimensão da operação no Rio chamou atenção de organizações de direitos humanos e entidades internacionais, que pedem investigação sobre a conduta das forças policiais e transparência na divulgação dos dados. O caso deve seguir em apuração pelo Ministério Público e Ouvidoria da Polícia, diante do impacto histórico e social do episódio.
Por: Aline Feitosa | Revisão: Pietra Gomes
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