A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo Supremo Tribunal Federal em 22 de novembro de 2025, ganhou destaque internacional. Jornalistas de diferentes continentes destacaram o risco de fuga, a violação da tornozeleira eletrônica e as implicações políticas e democráticas do episódio.
Na União Europeia, o The Guardian do Reino Unido afirmou que Bolsonaro foi preso “em meio a temores de fuga, incluindo possibilidade de buscar abrigo em embaixadas”. O Le Monde, da França, destacou a detenção preventiva após a condenação por tentativa de golpe, apontando o risco de fuga.
O que dizem os portais
Na Itália, o Corriere della Sera registrou que o STF decidiu pela prisão preventiva devido à violação da tornozeleira. Já o El País, da Espanha, afirmou que a detenção indicava possível tentativa de refúgio diplomático, enquanto o Público, de Portugal, enfatizou a medida como resposta ao risco de fuga. Nos Estados Unidos, o The Washington Post informou que a prisão ocorreu poucos dias antes do início da pena de 27 anos, reforçando a gravidade da violação da tornozeleira.
Na América Latina, o Clarín da Argentina relatou que a defesa de Bolsonaro havia solicitado prisão domiciliar por motivos de saúde. O El Mercurio, do Chile, destacou que a detenção reacende o debate sobre polarização política e estabilidade democrática, enquanto o El Tiempo, da Colômbia, enfatizou a decisão do STF diante do risco de fuga.
No Oriente Médio, a Al Jazeera, do Catar, classificou a medida como excepcional para ex-presidentes, sendo tomada poucos dias antes de iniciar a pena. Em Israel, o The Times of Israel registrou a prisão após violação da tornozeleira, citando preocupações diplomáticas, e o Haaretz relacionou o episódio à tensão entre Brasil e Israel.
Na Ásia, o South China Morning Post, da China, destacou temores de fuga e possibilidade de pedido de asilo. O Japan Times ressaltou a polarização política e desafios à democracia, enquanto veículos indianos, como The Hindu e NDTV, apontaram impactos políticos e econômicos com atenção internacional.
Na África, o Mail & Guardian da África do Sul mencionou que a prisão reforça atenção à estabilidade democrática, o The South African destacou repercussão internacional e alerta para riscos, e o The Guardian Nigeria analisou possíveis efeitos nas relações Brasil-Nigéria e na política latino-americana.
Brasil sob os olhos do mundo
A cobertura global demonstra a atenção de governos e da imprensa às decisões do Judiciário brasileiro e aos desdobramentos políticos do país, reforçando o impacto da prisão de Bolsonaro na percepção internacional sobre democracia e estabilidade.
Isso evidencia que o Brasil não é apenas um dos maiores países da América Latina, mas também um dos mais observados no cenário mundial, justamente porque suas políticas internas podem repercutir diretamente nas relações externas.
A atenção não se restringe à esfera judicial: a polarização política que domina as ruas brasileiras e agora se reflete nas decisões do Judiciário sobre prisões políticas mostra que o país continua a ser um protagonista de interesse global. Basta analisar a cobertura internacional da prisão de Bolsonaro para compreender a relevância contínua do cenário político brasileiro e o quanto ele permanece no centro do radar internacional.
Por David Gonçalves, correspondente MD News na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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