O Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com uma nova ação de improbidade administrativa contra Gabriel Monteiro. De acordo com promotores, o ex-vereador desviou a força de trabalho de, pelo menos, sete assessores comissionados para produzir, gravar, editar e divulgar vídeos destinados à monetização em suas redes sociais.
A ação, protocolada em 24 de novembro de 2025, aponta que a estrutura pública usada irregularmente teria gerado ao menos R$ 2,3 milhões em ganhos pessoais ao ex-PM. Apenas com salários, os gastos ligados aos funcionários ultrapassaram R$ 1 milhão.
Relembre
Monteiro teve o mandato cassado pela Câmara Municipal do Rio em outubro de 2022 por quebra de decoro. Ele virou youtuber após deixar a política, mas foi preso preventivamente em novembro de 2022 sob acusação de estupro.
Ficou detido por mais de dois anos e foi solto em março de 2025 após decisão do Superior Tribunal de Justiça, que substituiu a prisão por medidas cautelares. Agora ele usa tornozeleira eletrônica, não pode deixar o Rio e está proibido de contatar a vítima.
Em dezembro de 2024, o ex-vereador também foi condenado por abuso de poder, após invadir um hospital durante a pandemia para gravar vídeos. A pena de um ano foi convertida em serviços comunitários e multa. Além disso, responde a outras denúncias, como assédio moral, assédio a ex-funcionários e difamação de um médico.
Presença nas redes sociais
Mas quem pensa que ele desistiu da internet se engana: Monteiro migrou para o TikTok, onde acumula 382 mil seguidores, mais de 3 milhões de curtidas, realiza lives diárias e participa de batalhas na plataforma.

O caso evidencia como política e exposição digital podem se cruzar de maneira estratégica: mesmo diante de processos e condenações, a visibilidade online mantém sua influência e permite ganhos pessoais, refletindo a complexa relação entre poder, mídia e imagem pública no Brasil.
Por David Gonçalves | Revisão: Pietra Gomes
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