A Corte de Apelação de Roma realizou nesta quinta-feira (4/12) a audiência referente ao pedido de extradição da deputada Carla Zambelli (PL‑SP), mas decidiu adiar a decisão. O tribunal justificou o adiamento para analisar novos documentos apresentados pela defesa, incluindo o relatório do relator da CCJ da Câmara, Diego Garcia, que questiona a condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e levanta a tese de perseguição política.
Zambelli foi condenada a 10 anos e 8 meses de prisão pelo STF por invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, e a 5 anos e 3 meses por porte ilegal de arma, no caso em que perseguiu um jornalista negro armado no centro de São Paulo durante o período eleitoral de 2022. As condenações podem resultar também na perda do mandato da parlamentar.
Defesa reforça tese de perseguição política
A defesa da deputada, coordenada pelo advogado brasileiro Fábio Pagnozzi em conjunto com o escritório italiano Sammarco, argumenta que Zambelli estaria sendo vítima de perseguição política e que a análise completa do processo deve considerar essas circunstâncias. O material recém-anexado inclui documentos que reforçam a tese da defesa e que a Justiça italiana deve avaliar cuidadosamente antes de decidir sobre a extradição.
Prisão na Itália e próximos passos do processo
Carla Zambelli segue presa na região metropolitana de Roma desde julho de 2025, após operação conjunta das autoridades brasileiras e italianas. O governo brasileiro, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), já apresentou mais de dois pedidos formais de extradição, e agora aguarda a decisão da Corte italiana.
O novo prazo dado pela Justiça italiana permite que todos os argumentos levantados pela defesa sejam analisados com atenção, oferecendo a oportunidade de inserir novos documentos ao processo e fortalecendo a estratégia jurídica que tem como meta evitar a extradição da parlamentar. Esse adiamento também garante que a Corte avalie o caso com profundidade, considerando o contexto das condenações, a atuação da defesa e os elementos que podem influenciar na decisão final sobre a extradição.
Por David Gonçalves, correspondente MD na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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