A Justiça da Itália decidiu adiar para fevereiro de 2026 a análise do pedido de extradição de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral. O adiamento ocorreu após a defesa solicitar mais prazo para anexar novos documentos ao processo, o que levou o tribunal italiano a remarcar a audiência que definiria o futuro do brasileiro.
Tagliaferro está aqui na Itália desde o avanço das investigações no Brasil e, por possuir cidadania italiana, responde ao processo em liberdade enquanto a Justiça local avalia se autoriza ou não o retorno dele ao território brasileiro.
Eduardo Tagliaferro ganhou notoriedade após atuar como assessor da presidência do TSE durante o período mais sensível do processo eleitoral brasileiro. Segundo as investigações, ele teria tido acesso a informações estratégicas e sigilosas, que acabaram se tornando parte de inquéritos conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal.
No Brasil, Tagliaferro é réu no STF e responde por uma série de acusações graves, entre elas violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
As investigações apontam que ele teria atuado para dificultar apurações relacionadas aos atos antidemocráticos e a articulações que colocaram em risco as instituições brasileiras.
Com dupla cidadania, Tagliaferro deixou o Brasil e passou a residir em território italiano no momento em que os processos avançaram no STF. A legislação italiana permite que cidadãos do país contestem pedidos de extradição, o que torna o procedimento mais longo e complexo.
Agora, caberá à Justiça italiana avaliar se as acusações apresentadas pelo Brasil atendem aos critérios legais exigidos para a extradição de um cidadão italiano. Até lá, Tagliaferro segue em liberdade no país europeu.
Por David Gonçalves – Correspondente MD News na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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