BELÉM (PA) – 27/03/2025 – Um projeto paisagístico inusitado tem chamado atenção nas obras de preparação para a COP30 em Belém. As chamadas “árvores artificiais”, rebatizadas posteriormente como “jardins suspensos” pela Secretaria de Obras Públicas do Pará (Seop), estão sendo instaladas em áreas onde o plantio tradicional não é possível.
O projeto em detalhes
Desenvolvido pela arquiteta Naira Carvalho, da Seop, o sistema consiste em estruturas metálicas feitas com vergalhões reciclados que sustentam plantas naturais. A inspiração veio de projetos similares em Cingapura, cidade conhecida por suas soluções urbanas inovadoras.
Ao todo, serão instaladas:
- 80 unidades na Nova Doca
- 100 unidades no Parque Linear da Tamandaré
A mudança na nomenclatura – de “árvores artificiais” para “jardins suspensos” – ocorreu após a primeira divulgação do projeto pela Agência Pará, que gerou interpretações equivocadas sobre a natureza das estruturas.
A justificativa oficial
Em nota, a Seop explica que a solução foi adotada para áreas com restrições de plantio devido à:
- Infraestrutura subterrânea existente
- Limitações do solo
- Necessidade de convivência com outras espécies vegetais
“Os jardins suspensos representam uma alternativa sustentável para proporcionar sombra e conforto térmico onde o plantio convencional não é viável”, afirmou a secretaria.

Foto: Leonardo Macêdo/ Ascom
O debate público
Embora a iniciativa tenha sido elogiada por alguns moradores nas redes sociais como “solução criativa”, outros questionam:
- A eficácia ambiental comparada a árvores tradicionais
- Os custos de implantação e manutenção
- A durabilidade das estruturas
A prefeitura anunciou que divulgará em breve um relatório detalhado com:
- Estimativa de impacto ambiental
- Cronograma de manutenção
- Custos totais do projeto
Próximos passos
Enquanto as obras seguem em ritmo acelerado para a COP30, a Seop informou que continuará com o plantio convencional de árvores em áreas adequadas, mantendo os jardins suspensos como solução complementar.
A expectativa é que todas as estruturas estejam instaladas até agosto de 2025, três meses antes do início da conferência climática.
Por Joshua Perdigão. Revisão: Redação