Um homem morreu após ser sugado por um motor de avião em operação na manhã desta terça-feira (8 de julho), no aeroporto de Orio al Serio, em Bérgamo, no norte da Itália. A tragédia ocorreu quando Andrea Russo, de 35 anos, invadiu a pista em alta velocidade e correu em direção a um Airbus A319 da companhia Volotea, que se preparava para decolar com destino às Astúrias.
Segundo a imprensa italiana, Andrea viajava com os pais, mas teria se afastado repentinamente após o check-in. Ele deixou o terminal, entrou em um carro e acessou uma área restrita sem ser interceptado por agentes de segurança. Em seguida, atravessou a pista correndo e se lançou contra o motor esquerdo da aeronave, que já estava em funcionamento.
Testemunhas relataram que ele parecia desorientado. Um funcionário da companhia ainda tentou contê-lo por meio de gestos, mas não conseguiu evitar a tragédia. O impacto foi imediato e fatal. Toda a operação do aeroporto foi paralisada, e a aeronave foi retirada de serviço. Os voos só foram retomados cerca de 90 minutos depois, por volta das 12h.
As investigações estão sob responsabilidade da Promotoria de Bérgamo, que já requisitou imagens das câmeras de segurança e exames toxicológicos.
Sobre a vítima
Andrea nasceu em 28 de janeiro de 1990, tinha um irmão e era filho de uma obstetra bastante conhecida na cidade de Calcinate. Pessoas próximas afirmaram que ele lutou contra a dependência química na juventude, mas, nos últimos anos, demonstrava sinais de recuperação e esforço para retomar a rotina.

Foto: Corriere Bergamo
Incidente semelhante recente
Em abril, outro homem invadiu a pista do mesmo aeroporto para tentar embarcar clandestinamente no trem de pouso de uma aeronave. O sindicato Filt-Cisl, que representa os trabalhadores da aviação na região, alertou para a vulnerabilidade do terminal, que conta com amplos acessos por solo, sem controles eletrônicos eficazes.
A tragédia reacendeu o debate sobre a segurança nos aeroportos italianos e expôs a fragilidade da rede de proteção em áreas de alto risco.
Por David Gonçalves, correspondente na Itália | Revisão: Lorrayne Rosseti
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