A Polícia Civil de São Paulo investiga a morte de Lucas da Silva Santos, de 19 anos, que faleceu no domingo (20/07) após passar dez dias internado no Hospital de Urgência de São Bernardo do Campo. O jovem teria consumido um bolinho de mandioca envenenado. O caso é tratado como homicídio triplamente qualificado.
O padrasto da vítima, Ademilson Ferreira dos Santos, foi preso preventivamente e é o principal suspeito. À polícia, ele confessou ter misturado “chumbinho”, um agrotóxico altamente tóxico e de venda proibida no Brasil, ao creme de leite utilizado na receita. Ele afirmou que a intenção era cometer suicídio, mas acabou servindo o alimento também à companheira, a outro familiar e ao enteado.
Segundo o inquérito, a substância foi adquirida por R$ 25. A compra teria sido feita pela mãe de Lucas, a pedido de Ademilson, em um comércio irregular. Embora não existam indícios de que ela soubesse do plano criminoso, ela também é investigada por envolvimento indireto no caso.
Conforme relatos, Ademilson distribuiu os bolinhos pessoalmente na casa da família, na sexta-feira (11). Após a ingestão, apenas Lucas apresentou sintomas graves de intoxicação, vindo a sofrer parada cardiorrespiratória e posteriormente morte encefálica.
O comerciante que vendeu o chumbinho foi preso em flagrante, mas acabou liberado após audiência de custódia. No local, a polícia encontrou frascos do veneno armazenados de forma irregular, sem rótulo, registro ou controle sanitário. O estabelecimento funcionava na Rua Agepê, em Diadema.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o caso está em fase final de apuração, aguardando o laudo pericial para confirmar a substância exata utilizada. A delegada responsável, Liliane Doretto, indicou que Ademilson deve ser indiciado por homicídio triplamente qualificado: motivo fútil, uso de veneno como meio traiçoeiro e impossibilidade de defesa da vítima.
O velório e sepultamento de Lucas ocorreram na terça-feira (23/07) no Cemitério do Bairro dos Casa, em São Bernardo. A família autorizou a doação dos rins e córneas do jovem.
O caso reacende o alerta sobre os perigos da venda clandestina de substâncias tóxicas e os impactos trágicos que isso pode gerar.
Por Kátia Gomes | Revisão: Daniela Gentil
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