A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália nesta terça-feira (29), segundo confirmação do Ministério da Justiça brasileiro. A prisão ocorreu após a ex-parlamentar ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão, acusada de envolvimento em ataques hackers ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli havia deixado o Brasil após a decisão do STF, tornando-se foragida. Ela passou a viver na Itália, onde possui cidadania italiana. Desde então, seu nome foi incluído na lista de procurados da Interpol, em 5 de julho deste ano.
A captura da deputada foi possível graças a uma denúncia feita pelo deputado italiano Angelo Bonelli, que afirmou em suas redes sociais, nesta segunda-feira (28), ter informado às autoridades o endereço onde Zambelli estaria hospedada, em Roma.
“Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia. Neste momento, a polícia está identificando Zambelli”, publicou Bonelli na rede X (antigo Twitter).
Após ser localizada, Zambelli se apresentou voluntariamente às autoridades italianas e solicitou que não fosse deportada para o Brasil. Ela deve alegar que não está foragida, uma vez que se apresentou às autoridades locais, e informou oficialmente seu endereço em território italiano.
O Ministério da Justiça brasileiro já havia solicitado formalmente a extradição da deputada. O processo agora depende de manifestação oficial do governo italiano, que deve analisar o pedido de extradição nos próximos dias.
Zambelli foi condenada pelo STF por invasão de sistemas do CNJ e inserção de documentos falsos em 2023. A Corte considerou que ela integrava uma organização criminosa digital que teria cometido ataques aos sistemas do Poder Judiciário, o que resultou na cassação de seu mandato parlamentar.
As autoridades brasileiras e a Interpol continuam acompanhando o caso de perto, aguardando a decisão da Justiça italiana sobre o destino da ex-deputada.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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