Um casal do estado de Ohio, nos Estados Unidos, protagonizou um feito raro na medicina reprodutiva: Lindsey, de 35 anos, e Tim Pierce, de 34, deram as boas-vindas ao pequeno Thaddeus Daniel Pierce, nascido a partir de um embrião que estava congelado há mais de 30 anos. O nascimento, que ocorreu no sábado (27/07), estabeleceu um novo recorde mundial — o embrião mais antigo a resultar em um bebê saudável.
“Parecia algo saído de um filme de ficção científica”, disse Lindsey à revista MIT Technology Review. Apesar da surpresa, o casal afirmou que o objetivo nunca foi entrar para o livro dos recordes, apenas realizar o sonho de ter um filho, depois de sete anos tentando engravidar sem sucesso.
O embrião foi doado por Linda Archerd, hoje com 62 anos, que o produziu em 1994 com seu então marido, por meio de fertilização in vitro. Na época, o casal formou quatro embriões. Um foi usado logo depois e deu origem à filha biológica de Linda, hoje com 30 anos. Os outros três foram mantidos congelados por décadas.
Mesmo após o divórcio, Linda nunca cogitou destruir os embriões, doá-los à ciência ou permitir que fossem repassados de forma anônima. Para ela, era importante saber para onde iriam e manter algum tipo de vínculo com a futura criança, por conta da ligação genética com o embrião.
Durante anos, Linda pagou milhares de dólares em taxas de armazenamento até conhecer o programa Snowflakes, da agência cristã Nightlight Christian Adoptions. A iniciativa permite que famílias doadoras escolham quem receberá os embriões levando em conta preferências religiosas, raciais ou culturais.
Linda procurava um casal cristão, casado, branco e residente nos EUA. Foi assim que conheceu Lindsey e Tim. O vínculo entre as duas famílias começou ali.
A transferência foi feita na clínica Rejoice Fertility, no estado do Tennessee, especializada em fertilizações in vitro, que afirmou aceitar embriões de qualquer idade. Para os médicos, a idade do material genético não foi um empecilho: o foco era dar a ele uma chance real de vida.
Linda ainda não conheceu o bebê pessoalmente, mas diz que já nota traços em comum com sua filha.
Por: Laís Queiroz | Revisão: Thaisi Carvalho
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