A startup britânica Builder.ai está à beira da falência após vir à tona que, na verdade, tinha 700 trabalhadores indianos desenvolvendo manualmente seus aplicativos. Por que isso é tão chocante? Ela afirmava que tudo era feito por uma assistente virtual chamada Natasha, sem a necessidade de codificação.
Antes avaliada em US$ 1,5 bilhão, chegou a receber mais de US$ 450 milhões em investimentos da Microsoft e da Qatar Investment Authority. Diante da crise, a empresa declarou insolvência, já que não consegue mais lidar com dívidas e obrigações financeiras.
E não para por aí…
As irregularidades vão além da falsa automação. A análise de documentos realizada pelo Bloomerang revelou um esquema de vendas falsas entre a startup e a VerSe Innovation. A investigação aponta que, entre 2021 e 2024, elas teriam trocado quantias milionárias sem prestação de serviços reais com objetivo de atrair mais investidores. Estima-se que as receitas da Builder.ai tenham sido artificialmente infladas em até 300%.
Promotores dos Estados Unidos solicitaram para a empresa entregue documentos financeiros para apuração. A VerSe, por sua vez, nega as acusações. O cofundador, Umang Bedi, declarou que a empresa não registrou despesas ou receitas sem contraprestação.
Por: Pietra Gomes | Revisão: Daniela Gentil
LEIA TAMBÉM: “Não morreu rico”: Gates vai doar 99% da fortuna para a África