A séxologa Ana Anes, também conhecida como Ana Rawson, é a principal suspeita da tentativa de homicídio do pai. A suspeita, na casa dos 40 anos, terá confessado o crime através de uma série de posts detalhados nas suas contas de Instagram e Facebook antes de ser detida.
De acordo com o comunicado Polícia de Segurança Pública (PSP), uma patrulha foi deslocada ao local do crime por volta de 13h54, segunda-feira (20) após uma “notícia de agressões alegadamente de uma filha ao próprio pai”. No local, a polícia encontrou um “homem prostrado no solo ensanguentado”. A vítima, José Manuel Anes, de 81 anos, foi transportada em estado grave para o Hospital de S. José, em Lisboa, por volta das 14h50 da tarde e encontra-se agora livre de perigo, segundo o jornal Expresso.
Confissão nas redes sociais
Ao longo da tarde de segunda-feira, Ana Anes fez vários posts com uma descrição dos seus atos. Numa delas, escreveu: “Acho que deixei o meu pai sem olhos. Mas devem ouvir dizer que morreu pacificamente. A Mossad sabe limpar cenas.”.

Nas publicações, a principal suspeita fez referência a teorias da conspiração envolvendo a Mossad, agência de inteligência de Israel, e o acidente de Camarate, acusando o pai de ter fabricado uma “bomba” que matou o então primeiro-ministro português, Francisco Sá Carneiro, em 1980.
Como aconteceu?
A jornalista Tânia Laranjo explicou que o ataque ocorreu quando José Manuel Anes estava sozinho em casa da companheira. “(A companheira) chegou por volta das 14 horas. Terá sido mais ou menos por essa hora que esta agressão aconteceu”, disse. A jornalista acrescentou ainda que Ana Rawson apresenta um “quadro mental confuso” e que, além de ter esfaqueado o próprio pai no abdómen, o professor universitário apresenta lesões nas mãos, “que podem ter sido feitas para se defender da facada“, e lesões nos olhos que “podem ter sido provocadas pela filha, que terá ‘pressionado a vista de José Manuel Anes’”.
Detenção
Ana Anes foi detida e ficou sob custódia da Polícia Judiciária. Às 02h40 dessa terça-feira (21), deu entrada no Estabelecimento Prisional de Tires. A CNN Portugal apurou que, durante a revista, a suspeita solicitou “que não lhe fossem retiradas as fotografias do pai”. No momento da condução à cela, foi observado que se encontrava “emocionalmente fragilizada, apresentando sinais de choro”. De acordo com a mesma fonte, durante o turno da madrugada, a detida “foi monitorizada com regularidade e manteve-se sempre deitada, sem causar qualquer situação de risco ou distúrbio”. Não foram registados comportamentos agressivos ou autolesivos. A suspeita referiu que “habitualmente, toma um medicamento para dormir, o Diazepam“, mas não lhe foi administrada a medicação. Apesar disso, conseguiu adormecer.
Estado da vítima
José Manuel Anes, um senhor de 81 anos, é professor universitário e um dos mais importantes criminalistas de Portugal. Foi fundador e antigo presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT). É licenciado em Química, doutorado em Antropologia Social, membro assumido da maçonaria e já foi grão-mestre da Grande Loja Regular de Portugal.
Por: Eduardo Carvalho – Correspondente MD News | Revisado por: Laís Queiroz
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