Depois de quase 15 anos entre planejamento, adiamentos e expectativa, o BRT Metropolitano de Belém entrou em operação assistida em 1º de outubro de 2025 e, agora, iniciará as operações oficiais em 1º de novembro.
A entrega formal do sistema, composta por corredores exclusivos, terminais de integração modernos e uma frota equipada, marca um passo decisivo para o transporte coletivo na Região Metropolitana de Belém (RMB), que abrange os municípios de Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará.
O governador Helder Barbalho deu início à operação assistida durante uma vistoria aos terminais de Ananindeua e Marituba, estimando que a operação plena começaria no primeiro dia de novembro, logo após o Círio de Nazaré, o principal evento religioso da capital paraense. O início das operações do BRT ocorrem aproximadamente nove dias antes da COP30, marcada para 10 de novembro.

Uma espera que durou anos
A trajetória do BRT em Belém é longa e repleta de desafios. O primeiro sistema iniciou por volta de 2010, com promessas de modernização do transporte urbano para a população da capital. Contudo, enfrentou problemas graves na execução, como paralisações judiciais, falta de continuidade e estações inadequadas que foram posteriormente removidas.
Embora tivesse sido orçado em R$430 milhões naquela época, o projeto inicial ficou incompleto e não entregou o esperado, limitando-se a 20 quilômetros de corredores exclusivos e sofrendo críticas constantes.
O BRT Metropolitano, a terceira fase do projeto para a Região Metropolitana, foi contratado em 2018 com previsão inicial de conclusão ao final de 2020, mas foi inaugurado em 1º de novembro de 2025, grande parte devido a dificuldades técnicas, mudanças de empresa executora e a interrupção causada pela pandemia de Covid-19.
O investimento até agora ultrapassa R$560 milhões, com estimativa de atender entre 370 mil e 420 mil passageiros diariamente, uma demanda que se traduz em cerca de 3,5 milhões de usuários mensais. Este sistema representa o esforço mais recente e estruturante para renovar o transporte coletivo na região, com financiamento parcial da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).
O que o sistema entrega?
Mesmo com o atraso, o BRT Metropolitano finalmente oferece melhorias substanciais à mobilidade urbana da região. A frota é composta por 265 ônibus, 40 deles elétricos, com ar-condicionado e WiFi. A proposta prevê integração física e tarifária, permitindo que o passageiro realize vários trajetos pagando uma única passagem, combinando linhas alimentadoras e troncais.
A tarifa única para o sistema está fixada em R$4,60, contemplando viagens com a possibilidade de integração entre os diferentes corredores e terminais. Os terminais localizados em Ananindeua, Marituba e Benevides contam com infraestrutura moderna, oferecendo conforto, segurança, acessibilidade e facilidades como pontos de recarga para cartões eletrônicos.
Conexão: agenda ambiental e COP30
A inauguração ocorre dias antes da COP30, que acontecerá em Belém a partir do dia 10 de novembro. O sistema, com frota que inclui veículos elétricos e menor emissão poluente, está alinhado com as metas de sustentabilidade do evento e fortalece a imagem da capital paraense como referência em mobilidade urbana sustentável na Amazônia.
Desafios pela frente
A inauguração simboliza uma virada estrutural na mobilidade urbana da Grande Belém. Porém, o sucesso do projeto depende da operação plena, manutenção contínua do sistema e consolidação da integração entre os diferentes modais.
Após tantos anos de espera, a população já começou a usar o sistema em operação. Assim, os benefícios prometidos, rapidez, conforto e economia, começarão a ser sentidos no dia a dia dos usuários do transporte coletivo.
Por Joshua Perdigão | Revisão: Pietra Gomes
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