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Atlético-MG: Conmebol abre investigação prévia após injúria racial contra Caio Paulista

Entidade analisa episódio ocorrido durante o jogo contra o Atlético Bucaramanga, na Colômbia

A Conmebol abriu uma investigação prévia contra o Atlético Bucaramanga, da Colômbia, após um episódio de injúria racial registrado contra o lateral Caio Paulista, do Atlético-MG. O caso ocorreu na noite desta quinta-feira (17), no intervalo da partida válida pelos playoffs da Copa Sul-Americana, realizada no Estádio Américo Montanini, em Bucaramanga.

Segundo relatos dos oficiais da partida e registros da delegação atleticana, um torcedor do clube colombiano foi flagrado proferindo ofensas racistas contra o jogador brasileiro quando os atletas se dirigiam aos vestiários. A agressão verbal foi imediatamente denunciada e documentada, o que levou à identificação e prisão do autor ainda dentro das dependências do estádio.

Ao tomar ciência do ocorrido, a diretoria do Atlético-MG prontamente registrou um boletim de ocorrência no local e emitiu uma nota oficial repudiando o ato. A Conmebol, por sua vez, informou que já iniciou a apuração preliminar do caso, que poderá culminar na abertura de um processo disciplinar contra o Atlético Bucaramanga.

O episódio foi classificado como injúria racial, tipo penal que envolve ofensas direcionadas à raça ou cor da vítima, e se diferencia do crime de racismo por sua individualização. Ainda assim, a prática é considerada gravíssima — sobretudo em eventos esportivos internacionais, que deveriam ser espaços de integração, respeito e diversidade.

“Lamentavelmente, mais um caso de injúria racial em competição sul-americana! O atleta Caio foi vítima de ofensas racistas no jogo desta noite, em Bucaramanga, na Colômbia. Foi feito o boletim de ocorrência, e o torcedor foi identificado e preso. O Atlético seguirá acompanhando o caso. Essa situação é revoltante e precisa acabar de uma vez por todas! Até quando teremos que conviver com esse absurdo? Até quando?!!! Força, Caio. Estamos com você!”, destacou o Atlético em nota oficial publicada em suas redes sociais.

A imagem que mostra o momento da injúria foi capturada pela própria equipe mineira e entregue às autoridades colombianas e à Conmebol. A entidade máxima do futebol sul-americano, que já enfrentou críticas em episódios semelhantes, afirmou que está tratando o caso com “máxima seriedade”.

Clamor por justiça e fim da impunidade

Durante a coletiva de imprensa após a partida, o técnico Cuca falou sobre o episódio com pesar — mas também com certo cansaço diante da recorrência de situações semelhantes no futebol sul-americano:

“Isso aí já é chover no molhado. Tem acontecido sempre. Dessa vez, fico surpreso, porque o povo colombiano é muito parecido com o brasileiro, é similar. A gente se dá tão bem. Me estranha esse movimento que houve. Quem fez vai ter que arcar com as consequências, até que um dia isso acabe.”

Outro que se manifestou com contundência foi o atacante Hulk. O jogador, um dos líderes do elenco atleticano, não escondeu a frustração e cobrou medidas mais duras por parte das entidades esportivas:

“Não adianta a gente bater de frente, brigar, fazer campanha contra o racismo. É triste, é frustrante. A punição tem que ser mais severa. Porque, se não houver punição exemplar, isso vai continuar acontecendo. Estamos falando de vidas, de dignidade, de respeito.”

Histórico preocupante

O futebol sul-americano tem convivido com uma série de episódios semelhantes nos últimos anos. Diversos clubes brasileiros já denunciaram atos de racismo em partidas disputadas em outros países da América do Sul, especialmente em confrontos pela Libertadores e Copa Sul-Americana.

Casos recentes envolveram jogadores de Flamengo, Corinthians e Palmeiras, que foram vítimas de gestos, sons ou palavras de cunho racial durante partidas no Chile, na Argentina e no Peru. Em muitos desses episódios, a resposta institucional tem sido criticada por sua morosidade e, em alguns casos, por ausência de punições exemplares.

A própria Conmebol tem sido cobrada por adotar medidas mais eficazes — que vão além de multas e advertências —, como a suspensão de mandos de campo, perda de pontos ou eliminação de competições, mecanismos previstos no seu regulamento disciplinar.

O papel das autoridades

Na Colômbia, o torcedor responsável pela injúria contra Caio Paulista foi detido e encaminhado a uma delegacia local. Ainda não há informações sobre sua identidade ou eventual liberação. O boletim de ocorrência registrado pelo Atlético-MG foi anexado ao relatório oficial da partida e será analisado pelas autoridades colombianas em conjunto com a Conmebol.

Especialistas em direito esportivo apontam que a detenção do torcedor é um avanço, mas alertam que a responsabilização do clube também é fundamental, já que o Código Disciplinar da Conmebol prevê que as agremiações são responsáveis pelo comportamento de seus torcedores dentro dos estádios.

“É preciso que o clube colombiano também responda, ainda que não tenha incitado diretamente. A responsabilidade objetiva está prevista nas normas, e serve justamente para coibir esse tipo de comportamento”, afirmou um advogado ouvido pela reportagem.

Solidariedade nas redes e cobrança por mudanças

Nas redes sociais, o caso ganhou grande repercussão. Torcedores, jornalistas e ex-jogadores manifestaram apoio a Caio Paulista e cobraram providências das autoridades colombianas e da Conmebol.

A hashtag #RacismoNão chegou aos trending topics na madrugada desta sexta-feira (18), com milhares de mensagens de solidariedade ao jogador do Atlético-MG. O episódio também reacendeu o debate sobre o combate ao racismo no futebol e a necessidade de ações permanentes — não apenas reativas — para a construção de um ambiente mais justo e inclusivo no esporte.

A diretoria do Atlético-MG afirmou que irá acompanhar de perto o andamento do caso e garantiu total apoio ao atleta, tanto jurídico quanto emocional. O clube ainda não descarta acionar outras instâncias internacionais, caso entenda que as punições aplicadas não estejam à altura da gravidade do ocorrido.

Enquanto isso, Caio Paulista tenta retomar sua concentração para o jogo de volta dos playoffs da Sul-Americana, marcado para a próxima semana, no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Apesar do abalo emocional, o jogador demonstrou força ao retornar para o segundo tempo da partida na Colômbia e ajudar o Galo a buscar um bom resultado.

Por: Alemax Melo I Revisão: Sara Santos

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Marcia Dantas

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