O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanecerá em repouso domiciliar ao longo de todo o mês de julho, conforme orientação médica divulgada em boletim oficial nesta terça-feira (1º). A decisão ocorre após o agravamento de seu estado de saúde, com episódios frequentes de vômitos, crises de soluço e dificuldades para se alimentar e falar.
A informação foi confirmada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que divulgou nota assinada pelos médicos Claudio Birolini, cirurgião geral, e Leandro Echenique, cardiologista. Ambos acompanham o ex-presidente desde a cirurgia abdominal realizada em abril, considerada complexa, e da internação prolongada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que se estendeu por cerca de duas semanas.
Afastamento total de atividades públicas e políticas
De acordo com o boletim, o quadro atual de Bolsonaro exige afastamento de todas as atividades públicas e político-partidárias. A recomendação de repouso absoluto visa acelerar a recuperação após a série de complicações derivadas da facada sofrida em 2018, em Juiz de Fora (MG), durante a campanha presidencial. Desde o atentado, o ex-presidente passou por pelo menos cinco cirurgias para tratar problemas no sistema digestivo.
Nesta terça, Bolsonaro enviou uma mensagem direta a parlamentares e lideranças do PL cancelando reuniões e encontros previamente agendados. “Por exigência médica não irei ao PL nesta terça-feira. Crise de soluços e vômitos me impedem de falar. Obrigado.” dizia a nota enviada.
Agenda suspensa e mensagem direta a aliados
O afastamento compromete compromissos políticos que estavam previstos em Santa Catarina e Rondônia, redutos bolsonaristas importantes. No último dia 20 de junho, durante visita a Aparecida de Goiânia (GO), Bolsonaro já havia relatado episódios de vômitos intensos, chegando a mencionar que ocorria até dez vezes por dia e precisou de atendimento médico emergencial em Brasília no dia seguinte.
Recuperação sem prazo definido
A cirurgia realizada em abril teve como objetivo tratar uma obstrução intestinal, sequela direta da facada de 2018. O procedimento exigiu cuidados intensivos e impôs limitações à rotina do ex-chefe do Executivo.
Em nota divulgada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ex-presidente reconhece as dificuldades enfrentadas: “Crise de soluços e vômitos tornaram-se constantes, fato que me impede até de falar”. A equipe médica reforça que o retorno às atividades só será possível após plena recuperação clínica.
“Durante esse período, ele ficará afastado de suas atividades habituais, incluindo agendas públicas e atividade político-partidária, retornando tão logo esteja plenamente restabelecido”, afirma o boletim médico, que não apresenta previsão exata de retorno às funções públicas.
Por Alemax Melo I Revisão: Lais Queiroz
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