A empresa de transportes de Lisboa “CARRIS” colocou em circulação um bonde batizado em homenagem a André Marques, o guarda-freio que morreu no acidente do Elevador da Glória, no dia 3 de setembro. A medida é um gesto de reconhecimento pela dedicação do profissional, que trabalhava na empresa há 15 anos.
O veículo, um bonde articulado, começou a rodar nas ruas de Lisboa nesta quinta-feira (18), data que marca os 153 anos de história da CARRIS.
Homenagem e reconhecimento
André Marques, de 40 anos, estava no controle do bondinho nº1 do “Elevador da Glória”, aquele que descarrilou e embateu contra um edifício. Ele deixa dois filhos menores. A CARRIS, empresa responsável pelo “Elevador da Glória” e pela nova homenagem, enalteceu publicamente o profissional.
Em declaração, a empresa afirmou que o profissional “distinguiu-se pela sua lealdade e dedicação”. O texto diz ainda: “Há 15 anos na CARRIS, desempenhou as suas funções com excelência, tendo sido um representante exímio da CARRIS na História da Cidade”. A nota descreve o guarda-freio como um “profissional dedicado, amável, sorridente e sempre disposto a contribuir para um bem maior” e reitera as “mais sinceras condolências” à família e amigos.
O Prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, também se manifestou, afirmando: “André Marques representou o melhor da CARRIS e da cidade de Lisboa. Era um profissional amável, sorridente e sempre disponível para ajudar. A sua perda é irreparável, mas o seu legado viverá nas ruas que percorreu e nos corações de quem com ele se cruzou”.
Cerimônias canceladas
A CARRIS anunciou o cancelamento do tradicional Desfile dos Clássicos do Museu da Carris, que estava agendado para o próximo sábado, dia 20 de setembro, em respeito às vitímas do trágico acidente.
“Face aos recentes acontecimentos, a CARRIS informa que irá cancelar o Desfile dos Clássicos… Este é um momento de consternação e de homenagem às vítimas, em sinal de respeito”, anunciou a empresa.
O acidente
O bondinho nº1 “Elevador da Glória”, detido pela CARRIS, empresa onde a Prefeitura de Lisboa é acionista principal, descarrilou no final da tarde do dia 3 de setembro, embatendo contra um prédio e provocando 16 mortes e mais de duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades. As causas do acidente está a ser investigada, mas os relatórios preliminares apontam para falhas na estrutura do cabo que balanceava o peso entre os bondinhos e trilhos desgastados e sujos que dificultaram a eficácia dos freios.
Por: Eduardo Carvalho – Correspondente MD News em Portugal | Revisado por: Daniela Gentil
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