O Ministério da Saúde divulgou, na última sexta-feira (24), que 15 mortes foram confirmadas no país por intoxicação após o consumo de bebidas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica.
No total, foram registradas 108 notificações de casos suspeitos. Destas, 58 foram confirmadas (incluindo as 15 mortes) e 50 permanecem em investigação.
Balanço nacional: Mortes e casos
Do total de 15 mortes confirmadas, 9 ocorreram em São Paulo, 3 no Paraná e 3 em Pernambuco. Além disso, nove óbitos seguem sob investigação: 4 em Pernambuco, 2 no Paraná, 1 em Minas Gerais, 1 em Mato Grosso do Sul e 1 em São Paulo. Outras 32 notificações de mortes suspeitas foram descartadas.
São Paulo também lidera o número de casos confirmados, com 44 registros, e ainda investiga outros 14.
Outros estados com casos confirmados incluem:
- Paraná (6)
- Pernambuco (5)
- Rio Grande do Sul (1)
- Mato Grosso (1)
- Tocantins (1)
Entre as vítimas no Estado de São Paulo, está o jovem Rafael Anjos Martins, de 28 anos, que morreu nesta quinta-feira (23). Ele estava internado há mais de 50 dias após consumir gim adulterado, adquirido em uma adega na Zona Sul da capital. Outra vítima foi uma mulher de 27 anos, moradora de Osasco, que morreu em 23 de setembro após consumir a mesma substância.
Além deles, o Ministério da Saúde confirmou os nomes de outras vítimas fatais em São Paulo:
- Ricardo Lopes Mira, 54 anos
- Marcos Antônio Jorge Júnior, 46 anos
- Marcelo Lombardi, 45 anos
- Bruna Araújo, 30 anos
- Daniel Antonio Francisco Ferreira, 23 anos
- Leonardo Anderson, 37 anos
- Cleiton da Silva Conrado, 25 anos
O que se sabe sobre as adulterações
Duas grandes operações investigam a origem do metanol. A Operação Poison Source, da polícia de São Paulo, identificou postos de combustível que forneciam etanol adulterado para a falsificação de bebidas. Foram apreendidas 1,8 mil garrafas, sendo que 50% continham metanol em níveis entre 10% e 45%.
Paralelamente, a Operação Alquimia, da Receita Federal em parceria com outros órgãos, investiga 24 empresas em 21 cidades envolvidas na distribuição irregular de metanol, incluindo importadores, destilarias e usinas de etanol. O objetivo é rastrear a origem do desvio.
As bebidas adulteradas eram produzidas a partir de garrafas reutilizadas compradas de sucateiros e álcool de cereais ou etanol de combustível adulterado com metanol. A suspeita é que o crime organizado busque lucro principal com a adulteração de combustível, enquanto a falsificação de bebidas gera um retorno financeiro menor.
O que é o metanol e seus riscos
O metanol, também chamado de álcool metílico, é uma substância incolor frequentemente confundida com o etanol (álcool de bebidas). É altamente tóxico: doses pequenas podem causar náuseas, vômitos, dor de cabeça, visão turva, cegueira permanente, convulsões, coma e morte.
Especialistas afirmam que cerca de 10 ml de metanol puro podem causar cegueira, e 30 ml podem ser fatais.
Recomendações e tratamento
O Ministério da Saúde orienta estados e municípios a intensificar a fiscalização de pontos de venda de bebidas alcoólicas e alertar a população sobre produtos de origem duvidosa.
Recomendações à população:
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas de procedência duvidosa.
- Procurar atendimento médico imediato em caso de sintomas e suspeita de intoxicação.
Para o tratamento, o Ministério da Saúde adquiriu 11,5 mil ampolas de etanol farmacêutico, usado como antídoto para intoxicação por metanol. O governo paulista já distribuiu 2,5 mil ampolas em 20 hospitais de referência.
Por: Kátia Gomes | Revisão: Redação
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